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Análise

Trajetória descendente do índice ajuda Obama em sua tentativa de se reeleger

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Em uma eleição cujo tema maior é empregos, o presidente Barack Obama tem motivos para festejar. Não por causa do índice de desemprego em si, ainda alto, mas por sua trajetória e a percepção que ela provoca.

O patamar anunciado ontem, 8,3%, está bem acima do nível pré-crise, em torno de 5%. Entretanto, analistas políticos e estatísticos advertem que a relação entre desemprego e eleição não é matemática nem direta -não há número mágico sob o qual o presidente se reeleja.

Isso não significa que o mercado de trabalho deva ser ignorado, muito menos nesta eleição. "Embora o nível de desemprego não seja particularmente relevante no resultado nas urnas, a evolução desse índice no ano eleitoral é", escreve o cientista político Tom Holbrook, da Universidade de Wisconsin.

Sob essa luz, o que Departamento do Trabalho revelou ontem conforta Obama.

O índice de janeiro é o menor em três anos, e o mesmo de seu segundo mês de governo -o que invalida o argumento dos rivais de que ele "destruiu empregos".

Mais importante, o número está em queda contínua desde agosto de 2011. E a população já percebe: é comum, ao conversar com americanos, ouvir que as coisas estão "menos ruins".

A confiança do consumidor aferida pelo Gallup, termômetro dessa percepção, sobe há seis meses (embora ainda do lado negativo do gráfico, o que denota pessimismo; foi de -54 para -27).

Mas é o índice destrinchado que dá as melhores pistas sobre o fôlego da economia.

O principal setor a contratar foi o de lazer e hospitalidade (sobretudo restaurantes e bares). Ora, se o americano tem saído mais, é porque pode gastar e/ou está mais otimista com tal possibilidade.

Já as horas trabalhadas no setor manufatureiro aumentaram, sinal de aquecimento.

Não é coincidência que a volátil aprovação de Obama venha subindo e, em 46%, já empate com sua rejeição.

Sim, o índice é baixo. Mas, de novo, vale a trajetória. O mesmo Holbrook escreveu, em agosto, que, se o índice chegasse a 8,1% em meados de 2012, seria bom para o presidente, embora ponderasse não esperar tamanha queda.

O cenário muda, portanto. A ver se rápido o suficiente.

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