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Abbas forma governo com Hamas para preparar eleições palestinas

Netanyahu condenou acordo e sugeriu que decisão pôs fim a negociações de paz com Israel

Reaproximação, que é fundamental para futuro Estado palestino, enfrenta ceticismo por fracassos anteriores

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um novo acordo entre o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, e o chefe político do Hamas, Khaled Meshal, para a formação de um governo de unidade interino foi assinado ontem em Doha, em meio a um clima de ceticismo e sob a reprovação de Israel.

O texto, acordado com mediação do emir do Qatar, xeque Hamad bin Khalifa al Thani, prevê um governo sob liderança de Abbas, composto por tecnocratas "politicamente independentes".

A meta é reunificar as principais facções palestinas, Hamas e Fatah -que romperam em 2007- e preparar o terreno para eleições presidenciais e legislativas. A reaproximação é fundamental para a formação do Estado palestino.

Segundo Meshal, os dois lados buscam a unidade para "resistir ao inimigo e alcançar metas nacionais".

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, condenou a reaproximação entre a ANP e o Hamas. "É paz com o Hamas ou paz com Israel. Não se pode ter os dois", disse.

Segundo o premiê, a decisão de Abbas mostra que ele "escolheu abandonar o caminho da paz".

O acordo, porém, foi recebido com cautela, já que não é a primeira tentativa de reunificar as lideranças palestinas na Cisjordânia e em Gaza.

Em maio passado, já fora aprovada a formação de um governo para realizar eleições em maio deste ano. O acordo emperrou e o prazo, provavelmente, não será cumprido.

A nova data das eleições deve ser anunciada em até duas semanas, junto com a composição do governo interino.

A presença de membros do Hamas no novo governo, contudo, pode comprometer o apoio internacional anual de US$ 1 bilhão à ANP e desagradar o Quarteto (ONU, EUA, União Europeia e Rússia).

Há dúvidas também quanto ao apoio que o acordo terá dentro da faixa de Gaza, já que Meshal é um líder exilado.

O Departamento de Estado americano disse que qualquer governo palestino deve "estar comprometido com a não violência e reconhecer Israel".

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