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Síria intensifica ataques, e Europa quer novas sanções

Bombardeio a Homs entra no quinto dia seguido, com ao menos 47 mortes

Possíveis sanções incluiriam a proibição a voos e o bloqueio de fundos; EUA veem opções se exaurindo

FÁBIO ZANINI
EDITOR DE “MUNDO”
CAROLINA VILA-NOVA
DE SÃO PAULO

Enquanto a ofensiva do governo contra a cidade sitiada de Homs, na Síria, entrava ontem no quinto dia, com mais 47 mortos, a União Europeia discutia a adoção de novas sanções contra o ditador Bashar Assad.

Apesar de Assad ter prometido cessar a violência, há relatos de que milicianos patrulham as ruas e assassinam civis na cidade, bombardeada desde a sexta-feira.

"Estamos trabalhando numa nova bateria de sanções, a ser aprovada pelos 27 chanceleres da UE quando nos encontrarmos no fim deste mês. Os detalhes serão acertados até lá. A partir de conversas com os chanceleres, posso dizer que há apetite para isso", disse a britânica Catherine Ashton, espécie de ministra das Relações Exteriores da UE, em entrevista à Folha anteontem em São Paulo.

"Gostaria que Assad olhasse para a situação e visse que precisa sair, que liderança não quer dizer matar seu próprio povo e que uma mudança é necessária. A comunidade internacional precisa enviar essa mensagem da maneira mais clara possível."

Ela não especificou quais seriam essas novas sanções. A UE já baniu a importação de petróleo sírio e barrou viagens de integrantes do regime. Segundo o "Financial Times", estão em estudo a proibição de voos comerciais e o congelamento de fundos do banco central.

Funcionários da Casa Branca afirmam ter exaurido as ferramentas possíveis para impedir a matança em Homs e analisam o repertório de possíveis ações contra a Síria. Segundo o "Guardian" isso inclui a via militar - algo que Ashton descartou.

No sábado, Rússia e China vetaram a resolução do Conselho de Segurança da ONU para intervir no conflito.

Navi Pillay, comissária da ONU para os direitos humanos, disse que o "fracasso" em estabelecer uma ação conjunta aparenta "ter servido de combustível para a prontidão do governo sírio em massacrar seu próprio povo".

Ativistas estimam que o número de mortos seja de mais de 7.000 desde o início da insurgência, em março de 2011. Assad afirma querer que seu vice, Farouk al Sharaa, dialogue com a insurgência.

A França, porém, diz que as promessas são "manipulação". Segundo o chanceler Alain Juppé, "não é a primeira vez que alguém foi se encontrar com Bashar e recebeu garantias".

A ofensiva está concentrada em Homs, mas há relatos de violência contra manifestantes em cidades como Hama, Damasco e Zabadani.

Com agências de notícias

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