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Sem-terra se afastam de áreas de brasileiros

Camponeses paraguaios ameaçavam invadir propriedades em local perto da fronteira

Marlene Bergamo - 31.jan.2012/Folhapress
Garota caminha em acampamento vizinho às terras de empresário brasileiro, em Ñacunday
Garota caminha em acampamento vizinho às terras de empresário brasileiro, em Ñacunday

DE SÃO PAULO

Um grupo de sem-terra paraguaio, os chamados "carperos" (acampados), desocupou terras particulares vizinhas a propriedades de brasileiros ontem, antes que fosse cumprida uma ordem de reintegração de posse.

A informação foi confirmada pelo ministro do Interior paraguaio, Carlos Filizzola, que assegurou ter sido uma movimentação "pacífica".

"Não houve um só incidente", disse o ministro. Segundo o chefe policial do departamento [Estado] de Alto Paraná, Enrique Ojeda, entre 800 e 1.000 acampados se retiraram das terras privadas.

Os sem-terra, no entanto, só transportaram suas barracas alguns metros de distância e se instalaram em uma faixa de terra da União, próxima ao local onde antes estavam, em Ñacunday.

Para Guillermo Duarte, advogado do empresário de origem brasileira naturalizado paraguaio Tranquilo Favero -maior produtor individual de soja no Paraguai e principal alvo dos protestos dos sem-terra-, a desocupação não passou de um "circo".

"É de conhecimento público que todos os 'carperos' abandonaram suas terras e se colocaram na frente da propriedade de Favero. Produziu-se uma nova invasão em frente aos policiais", disse o advogado à rádio 780 AM.

Duarte ainda disse que a região agora ocupada -uma faixa que acompanha uma linha de transmissão da Ande (Administração Nacional de Eletricidade)- não é terra pública, como afirmou o ministro. "Ele [Filizzola] é médico. O que sabe de direito?", disse.

A ordem para desocupação foi assinada pelo juiz Rafael Jacobo em 19 de dezembro, mas só se tornou pública na última semana, quando os proprietários afetados foram avisados.

No início da semana, o presidente Fernando Lugo disse que seu governo utilizará "todos os recursos legais" para garantir a segurança dos brasileiros. Segundo o Itamaraty, ainda existe um clima de apreensão na região, mas é uma "tensão controlada".

O governo disse ter recebido com "muito otimismo" as declarações de Lugo.

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