EUA têm maior deficit comercial desde 2008

A recuperação da economia americana, especialmente no último trimestre de 2011, levou o deficit do comércio dos EUA com o exterior a atingir no ano passado o maior patamar desde 2008.

Os EUA importaram em 2011 US$ 558 bilhões a mais do que venderam para outros países -US$ 58 bilhões mais que em 2010.

Em 2008, ano em o preço do barril de petróleo bateu recorde e outras commodities dispararam antes de a crise se agravar com a quebra do Lehman Brothers, o deficit comercial dos Estados Unidos foi de US$ 698 bilhões.

O deficit comercial em dezembro se expandiu em 3,7% ante o mês anterior e foi o maior em seis meses.

Esse aumento ocorreu porque o montante importado no último mês de 2011 não era visto desde julho de 2008.

A alta decorre tanto de um maior consumo de empresas e famílias -que se refletiu na expansão de 2,8% no PIB do quarto trimestre (taxa anualizada), ante 1,8% nos três meses anteriores- como do aumento do petróleo.

Apesar do avanço do deficit bilionário, os EUA tiveram pelo quarto ano consecutivo superavit no comércio com o Brasil: US$ 11,6 bilhões, o sexto maior obtido pelos norte-americanos em 2011.

ORÇAMENTO

Segundo documento obtido pelo "Wall Street Journal", o governo americano projeta que o deficit no Orçamento no atual ano fiscal (que se encerra em setembro) vai ser de US$ 1,33 bilhão, ou 8,5% do PIB dos Estados Unidos.

O resultado não é só maior que o do ano anterior, de US$ 1,30 bilhão, como é superior ao projetado na semana passada pelo independente Escritório de Orçamento do Congresso: US$ 1,15 bilhão.

A proposta orçamentária da Casa Branca, diz o jornal, não dá muitos detalhes, mas prevê US$ 476 bilhões em gastos com infraestrutura (como rodovias) e US$ 350 bilhões para impulsionar o mercado de trabalho -importante para a reeleição do presidente Barack Obama.