Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Liga Árabe pede missão com ONU na Síria

Controverso general sudanês, que chefiava observadores do bloco, foi afastado para facilitar parceria com Nações Unidas

Al Qaeda quer expulsão do regime 'canceroso' de Assad; posição coloca rede terrorista ao lado dos EUA contra ditador

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Liga Árabe pediu ontem, durante reunião no Cairo, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove o envio de uma força de paz conjunta à Síria.

Para facilitar a aceitação da proposta pela ONU, a liga retirou o polêmico general sudanês Mohamed Ahmed Mustafa al Dabi, acusado de envolvimento no genocídio de Darfur, da chefia da sua missão de observadores ao país.

Ante a escalada de violência na Síria, o Ocidente ganhou um controverso apoio contra o regime de Bashar Assad: a Al Qaeda.

Ontem, o líder da rede terrorista, Ayman al Zawahiri, pediu a expulsão do "regime pernicioso e canceroso" do país árabe. A posição coloca, ironicamente, Estados Unidos e Al Qaeda do mesmo lado no tema de maior relevância atualmente no Oriente Médio.

O sucessor de Osama bin Laden pediu que os islâmicos apoiem os rebeldes sírios. "A Síria está sangrando dia após dia, e o açougueiro [Assad] não é dissuadido e não para", disse Al Zawahiri.

GUERRA SANTA

A Irmandade Muçulmana da Jordânia se uniu ao coro contra Assad, convocando a "jihad" (guerra santa) contra o regime por considerar que se trata de um "dever islâmico". Em comunicado publicado em seu site, o grupo clama apoio ao Exército Livre da Síria, formado por desertores das forças armadas do regime de Assad.

Até o papa Bento 16 se manifestou, pedindo que o líder sírio atenda urgentemente às demandas "legítimas" da população. Ele disse que os dois lados -mas especialmente o regime- devem iniciar as conversas para acabar com os "dramáticos e crescentes episódios de violência" que já deixaram mais de 5.400 mortos, segundo a ONU.

APOIO RUSSO

A missão que a Liga Árabe pretende enviar à Síria com a ONU já teria o importante apoio da Rússia, segundo o presidente do bloco, Nabil el Arabi. Ele disse estar em "diálogo intenso" com Moscou e Pequim para que encorajem o ditador a aceitar as novas medidas.

Os dois países, membros permanentes do Conselho de Segurança, são os que têm se oposto à aprovação de uma resolução contra o regime sírio na ONU.

Na reunião de ontem no Cairo, a liga já recomendou o ex-premiê jordaniano e enviado da ONU à Líbia, Abdel Ilah al Khatib, como líder para a nova missão à Síria, no lugar do general sudanês.

Além das decisões sobre uma nova missão, o bloco definiu que aumentará as sanções econômicas à Síria e irá apoiar financeiramente os opositores de Assad.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.