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Ataques na Índia e na Geórgia miram diplomacia de Israel

Mulher de adido militar é ferida em Nova Déli; premiê Netanyahu atribui ação ao Irã e aos xiitas do Hizbollah

Iranianos, que tiveram membros de programa nuclear assassinados, negam acusação e se dizem 'maiores vítimas'

MARCELO NINIO
DE JERUSALEM

Diplomatas israelenses foram alvos de atos terroristas ontem na Índia e na Geórgia, em aparente escalada da guerra de bastidores envolvendo o plano nuclear do Irã.

Em Nova Déli, capital da Índia, uma bomba feriu a mulher do adido militar de Israel. Em Tbilisi, capital da Geórgia, outra bomba foi achada no carro de um diplomata israelense antes de explodir.

A reação do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, foi rápida. Culpou o Irã, "o maior exportador de terror do mundo", e "seu cliente", o grupo xiita libanês Hizbollah.

Segundo Netanyahu, Irã e Hizbollah também estão por trás de várias tentativas de atentados contra israelenses e judeus frustradas nos últimos meses, em países como Azerbaijão e Tailândia.

No ataque da Índia, segundo testemunhas, um rapaz numa moto colou o explosivo na lataria do carro em que estava a mulher do adido israelense. O método lembrou o dos ataques contra cientistas nucleares iranianos nos últimos anos, sugerindo uma retaliação do governo persa.

Ramin Mehmanparast, porta-voz da diplomacia iraniana, rechaçou as acusações de Israel, afirmando que elas fazem parte da "guerra psicológica do regime sionista" contra o Irã. "Condenamos qualquer ato terrorista, e o mundo sabe que o Irã é a maior vitima de terrorismo."

ALVOS NUCLEARES

Em janeiro, Mostafa Roshan, diretor de instalação de enriquecimento de urânio iraniana, tornou-se a quinta autoridade envolvida no programa nuclear do país assassinada em dois anos. Quase todos foram mortos por explosivos colados em seus carros. O Irã jurou vingança.

No domingo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu anunciar em breve avanços no programa atômico do país, em desafio às sanções internacionais e à crescente ameaça de Israel de atacar suas instalações.

Outra hipótese de que as ações na Índia e na Geórgia tenham sido um ato de vingança é o fato de terem ocorrido um dia depois do quarto aniversário do assassinato do dirigente do Hizbollah Imad Mughniyah, na Síria.

Alem de ser a primeira ação contra um alvo israelense em solo indiano, a explosão em Nova Déli colocou as forças locais em alerta por ter ocorrido a 200 metros da residência oficial do primeiro-ministro, Manmohan Singh.

Israel aumentou o alerta e reforçou a segurança em suas representações no exterior.

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