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Obama quer arrecadar mais taxando os ricos Proposta do presidente americano, candidato à reeleição em novembro, deverá sofrer resistências no Congresso Plano prevê queda de US$ 426 bi no deficit do ano que vem em relação a 2012; ainda assim, é maior do que o de 2008 LUCIANA COELHODE WASHINGTON O presidente Barack Obama comprou a briga política com a oposição em ano eleitoral e fez do aumento da arrecadação de impostos a principal ferramenta para reduzir o inchado deficit dos EUA para menos de US$ 1 trilhão. A proposta de Orçamento apresentada ontem prevê gastos de US$ 3,8 trilhões (R$ 6,5 trilhões) para o ano fiscal de 2013, com início em outubro próximo, e ênfase nos investimentos em infraestrutura, educação e energia -tripé da proposta do democrata para criar empregos. "A forma de reconstruir nossa economia e fortalecer a classe média é assegurar que todos nos EUA tenham uma chance justa de tentar o sucesso", escreveu Obama em carta ao Congresso. O documento, que precisa do aval do Congresso e deve sofrer resistência dos republicanos, prevê deficit fiscal de US$ 901 bilhões para o ano fiscal de 2013, ante US$ 1,33 trilhão neste ano. Seria como reduzir um buraco do tamanho da economia espanhola (a 12ª maior do mundo) para outro do tamanho da sul-coreana (15ª). Apesar da redução, o deficit seria duas vezes maior do que o que país tinha em 2008, quando a crise estourou. A proposta prevê elevar a arrecadação de impostos de pessoas físicas de US$ 1,18 trilhão neste ano para US$ 1,3 trilhão no próximo e US$ 2,4 trilhões em 2022. Esse aumento viria de duas formas. A principal seria o fim de isenções fiscais a quem ganha mais de US$ 200 mil ao ano implantadas pelo ex-presidente George W. Bush, em 2002, e mantidas por Obama sob pressão da crise econômica e da oposição. A outra -em menor escala, mas com maior potencial de atrito com a oposição- é aumentar os impostos sobre os mais ricos. Apesar da resistência dos republicanos, pesquisas mostram que a maioria da população é favorável à medida. O presidente, que já anunciou cortes no Orçamento da Defesa advindos sobretudo do fim das guerras do Iraque (em 2011) e do Afeganistão (previsto para 2013), manteve intactos os programas federais de saúde e preservou a Previdência Social. REPUBLICANOS O plano de Orçamento foi apresentado em um momento em que Obama aumenta a sua distância nas pesquisas frente aos rivais republicanos. Ele tem oito pontos percentuais de vantagem sobre Mitt Romney e dez pontos sobre Rick Santorum. Em novembro e janeiro, Obama estava praticamente empatado com Romney. Na disputa interna, Santorum agora é o favorito entre os republicanos, com 30% das intenções de voto, ante 28% de Romney, diz pesquisa do Pew Research Center. Há um mês, Romney tinha 31%, e o rival, 14%. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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