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Regime sírio usa violência sexual contra opositores, aponta a ONU

Comissária diz que as vítimas são em geral homens e meninos

DE JERUSALÉM

Além de usar artilharia pesada contra civis, matar milhares e torturar prisioneiros, há indícios de que o regime sírio também usa violência sexual contra opositores, disse ontem a alta comissária de direitos humanos das Nações Unidas, Navi Pillay.

Em um relato macabro sobre a situação na Síria, endereçada à Assembleia Geral da ONU, ela reiterou que "a escala dos abusos cometidos pelas forças sírias" indica que foram cometidos crimes contra a humanidade. Aos abusos já denunciados, ela acrescentou os sexuais.

"Relatos extensos sobre violência sexual, em particular estupro, em locais de detenção, "principalmente contra homens e meninos, são especialmente perturbadores. Crianças não foram poupadas", disse Pillay.

Nos últimos dias, forças sírias intensificaram a ofensiva contra a cidade de Homs, que tornou-se o principal foco da revolta contra o ditador Bashar Assad.

Rússia e China, que há poucos dias vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU exortando Assad a renunciar, continuam defendendo uma solução diplomática para a crise. A proposta da Liga Árabe de enviar à Síria uma missão de paz em conjunto com a ONU foi rejeitada "categoricamente" por Damasco e recebida com reservas por Moscou.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, que na semana passada foi a Damasco discutir uma solução para a crise, disse que antes do envio de uma missão da ONU é preciso estabelecer um cessar-fogo na Síria.

Em onze meses de repressão contra os opositores, o regime sirio já matou "bem mais que 5.400 pessoas", estimou a alta comissária.

A dificuldade de acesso imposta pelo regime impediu que sua equipe mantivesse os números atualizados nos últimos dois meses.

(MN)

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