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Afeganistão diz negociar com o Taleban

Milícia que governou o país até invasão dos EUA, em 2001, está interessada em acordo de paz, afirma presidente afegão

Hamid Karzai chegou ontem ao Paquistão para discutir o assunto em cúpula que inclui Ahmadinejad, do Irã

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente afegão, Hamid Karzai, disse em entrevista publicada ontem pelo "Wall Street Journal" que os Estados Unidos e seu governo estão envolvidos em conversas reservadas com membros da milícia fundamentalista Taleban, visando um processo de paz.

"O povo do Afeganistão, incluindo o Taleban, quer paz. São pessoas como todos nós -com família, parentes, crianças e que passam por tempos difíceis", afirmou Karzai ao jornal americano. Foi a primeira vez que ele disse negociar com o grupo.

A entrevista saiu no mesmo dia em que o presidente afegão chegou a Islamabad, capital paquistanesa, para uma cúpula de dois dias em que o assunto deve ser discutido com o governo do Paquistão e com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Ontem, Karzai se encontrou com o premiê paquistanês, Yusuf Raza Gilani, e com líderes do Exército e do serviço de inteligência do país.

HISTÓRICO

Os EUA invadiram o Afeganistão em 2001, depois do 11 de Setembro, e derrubaram o Taleban do poder por abrigar Osama bin Laden -morto no Paquistão, em 2011- e outros mentores dos atentados.

Desde então, a milícia promoveu vários ataques contra forças ocidentais e o governo de Karzai, que assumiu o poder com apoio americano.

Em janeiro, surgiram relatos iniciais de encontros entre integrantes do Taleban e enviados dos EUA.

O anúncio da Casa Branca de que as ações de combate no Afeganistão terminarão em 2013 foi visto como tentativa de facilitar as negociações de paz.

Esses encontros entre o grupo extremista e os americanos não incluíram o governo afegão, e analistas levantam a suspeita de que Karzai tenha dado a entrevista para tentar se cacifar nas negociações (leia texto nesta página).

Outros especialistas veem divisões internas na milícia: há os alinhados com a rede terrorista Al Qaeda, os que defendem a volta ao regime pré-2001 e moderados que apoiam o processo de paz.

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