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Análise

Isolado, Karzai movimenta-se para tentar se manter no jogo

IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Desde que os Estados Unidos começaram a preparar sua saída militar ostensiva do sul da Ásia, um perdedor tenta achar lugar no palco político da região: Hamid Karzai.

O presidente afegão foi largamente abandonado pelos aliados ocidentais após as eleições fraudulentas de 2009. De lá para cá, seu isolamento só aumentou, criando um fantasma político até o fim do mandato, em 2014.

Ruiu a imagem do presidente que poderia trazer moderação, alguma modernidade e uma certa democracia na esteira de sua colocação no poder após a derrubada do governo do Taleban, em 2001.

Karzai é visto como um líder instável e corrupto tanto pela população quanto pelo Ocidente, que buscou estabelecer pontes diretas com o novo Exército afegão -que lidará diretamente com o grupo fundamentalista quando os americanos saírem em 2014.

Assim, ao tentar assumir papel de relevância em negociações que já estão em curso entre o Taleban e os EUA, Karzai buscou cacifar-se para o encontro com líderes do Irã e do Paquistão.

Dizer isso ao "Wall Street Journal" -sendo classificado como um possível fiador para a paz- pode insinuar que os americanos estejam de acordo com sua tentativa, não muito mais que isso.

Islamabad, que sustenta o Taleban, busca estabelecer o roteiro da volta à política de seus protegidos. Para o Paquistão, é essencial manter a influência no país e evitar a entrada da rival Índia numa fronteira às suas costas.

A volta do Taleban é inevitável. Anteontem, um porta-voz do grupo rechaçava contatos com Karzai, o que pode explicar sua apressada declaração. O presidente, com o poder cada dia mais tênue, busca manter-se no jogo.

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