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Jornalistas são multados em US$ 40 mi no Equador

Também foram condenados a 3 anos de prisão por injúrias ao presidente Correa

Diretores do maior jornal do país dizem temer por segurança, e colunista pediu asilo nos EUA há 2 semanas

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Após uma audiência de 15 horas que terminou na madrugada de ontem, a Corte Nacional equatoriana, instância máxima da Justiça desse país, ratificou sentença contra o jornal "El Universo" determinada em 2011.

Os diretores do diário, o maior do país, e o colunista Emilio Palacio foram condenados a três anos de prisão e a pagar multa de US$ 40 milhões (R$ 68 mi) por injúrias ao presidente Rafael Correa.

Correa iniciou a ação após a publicação de texto de Palacio em que criticava suas ações durante um levante policial em setembro de 2010.

Palacio, que era então editor de opinião, chamou Correa de "ditador" e escreveu que aquilo que o presidente chamava de golpe de Estado na verdade era uma manifestação por melhores salários.

Logo depois de iniciado o processo do presidente contra o "El Universo", o colunista viajou aos Estados Unidos, e, há duas semanas, pediu asilo político.

Ontem, dois dos três diretores do jornal, César e Nicolás Pérez, afirmaram em Miami temer por sua segurança, enquanto o terceiro irmão, Carlos Pérez, pediu asilo à embaixada do Panamá em Quito.

Correa disse que a decisão vai "mudar a história, vão entender que a liberdade de expressão é de todos, não só dos que têm dinheiro para ter uma imprensa".

À Folha Ricardo Trotti, diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa, disse que "a situação é muito grave no Equador e já vínhamos denunciando isso".

"Existe uma operação sistemática do presidente para calar a imprensa e o panorama só deve complicar-se com a aproximação do período eleitoral", completou.

A eleição presidencial está marcada para ocorrer em janeiro do ano que vem.

A relatora especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Catalina Botero Marino, e o relator especial da ONU para a liberdade de opinião e expressão, Frank La Rue, divulgaram nota em que expressam "profunda preocupação" com a decisão da Justiça equatoriana.

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