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Oposição síria recebe promessa de ajuda

França, Reino Unido e EUA se dizem dispostos a ajudar, mas desde que grupos contra o ditador Assad se unam

Ignorando resolução da Assembleia-Geral da ONU, tanques da Síria intensificaram ofensiva a cidade foco de revolta

Ian Langsdon/Efe
O premiê britânico, David Cameron (esq.), e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante entrevista coletiva em Paris
O premiê britânico, David Cameron (esq.), e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante entrevista coletiva em Paris

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

EUA, França, Reino Unido prometeram apoio ao levante contra o regime sírio, mas cobraram união da oposição ao ditador Bashar Assad.

Para o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o esforço diplomático é insuficiente se a fragmentada oposição síria não falar com uma só voz.

"O principal obstáculo não é só o bloqueio na ONU", disse o presidente em Paris.

Ao lado do premiê britânico, David Cameron, Sarkozy lembrou a revolução na Líbia, quando os dois países lideraram a ofensiva aérea contra as forças do ex-ditador Muammar Gaddafi.

"Não poderíamos ter uma revolução na Líbia sem os líbios e não seremos capazes de ter uma revolução síria sem o esforço suficiente da oposição síria para se unir, a fim de que possamos ajudá-los mais", disse o presidente.

Cameron reiterou que os dois países buscam formas de aumentar a ajuda à oposição. Ele anunciou um fundo de 2 milhões de libras (R$ 5,4 milhões) para fornecer ajuda humanitária às vítimas da repressão.

Num coro que pareceu ter sido ensaiado, os EUA e a Liga Árabe também pediram união aos opositores sírios.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foi além, apelando às minorias sírias que superem seu "compreensível temor pelo futuro" e estabeleçam uma oposição com credibilidade.

Hillary considerou encorajadora a resolução aprovada na véspera pela Assembleia-Geral da ONU, condenando os abusos do regime sírio. "Conseguimos engajar a maioria da opinião pública internacional contra o regime Assad", disse ela.

Ignorando as críticas na ONU, tanques intensificaram ontem a ofensiva a áreas residenciais de Homs, foco principal da revolta.

Estima-se que mais de 6.000 civis tenham sido mortos pelas forças sírias.

A tentativa de passar uma condenação ao regime de Bashar Assad no Conselho de Segurança, o órgão executivo da ONU, esbarrou no veto de China e Rússia.

FRAGMENTAÇÃO

Formada por uma desconectada miscelânea de grupos no exterior e comitês locais, além de desertores do Exército, a oposição síria carece de comando e agenda únicos, tendo em comum a demanda de que Assad renuncie imediatamente.

Propostas de um ação efetiva, como o envio de forças de paz, feita pela Liga Árabe, ou a criação de um corredor humanitário, feita pela França, continuam limitadas ao terreno da retórica.

O plano da Liga Árabe, que recebeu o apoio da Assembleia-Geral, prevê a substituição de Assad por um "governo de união nacional".

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