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Oposição síria pede armas e ganha apoio

Arábia Saudita diz que apelo é 'ótima ideia'; Reino Unido afirma que irá reconhecer insurgência como governo legítimo

Encontro dos 'Amigos da Síria', na Tunísia, resulta em uma série de acenos positivos para a oposição na Síria

Jason Reed/France Presse
Da esq. para a dir., Davutoglu (Turquia), Nahyan (Emirados Árabes), Hague (Reino Unido) e Hillary Clinton (EUA), ontem
Da esq. para a dir., Davutoglu (Turquia), Nahyan (Emirados Árabes), Hague (Reino Unido) e Hillary Clinton (EUA), ontem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Membros da oposição síria pediram ontem que a comunidade internacional dê armas e munição aos grupos rebeldes, equipando a insurgência contra a repressão do regime de Bashar Assad.

O apelo do Conselho Nacional Sírio, feito durante encontro do grupo autodenominado "Amigos da Síria", na Tunísia, recebeu aceno da Arábia Saudita.

Saud al Faisal, ministro do Exterior, considerou o pedido "uma ótima ideia". "Eles têm de se proteger", disse.

O Exército Livre Sírio, composto de desertores, já faz contrabando de armas no mercado negro. Mas não há, hoje, apoio militar formal da comunidade internacional.

O regime de Assad reclamou repetidas vezes do que diz ser uma conspiração internacional para sua queda.

A oposição síria recebeu outro sinal positivo ontem, após William Hague, chanceler britânico, ter dito que o país irá reconhecer a oposição como "representante legítima do povo sírio".

Paralelamente, Ahmet Davutoglu, ministro do Exterior da Turquia, pediu que o restante do mundo encontre uma maneira de negar ao regime sírio "os meios com que perpetra atrocidades contra o povo". "Temos de encontrar modos de forçar um embargo de armas", afirmou.

Outras nações fizeram propostas durante a reunião dos "Amigos da Síria", incluindo a sugestão de uma saída negociada de Assad -que poderia se exilar na Rússia.

A liderança do Conselho Nacional Sírio, porém, mostrou-se decepcionada com o encontro e afirmou, ontem, que o evento não atingiu as expectativas do povo sírio.

O Brasil participou do encontro enviando Luiz Eduardo Mayer Ferreira, número dois da sua embaixada na Túnisia (veja texto abaixo).

Além da reunião dos "Amigos da Síria", a insurgência do país teve outra vitória diplomática, com a declaração do grupo palestino Hamas de que apoia a revolta no país.

"Faço saudação ao povo heroico da Síria, que luta por liberdade, democracia e reforma", afirmou Ismail Haniyeh, líder do Hamas.

Ao endossar os rebeldes, o Hamas deu as costas publicamente a Assad, aliado de longa data. Dessa maneira, o ditador perdeu um de seus únicos pontos de apoio sunita no mundo árabe, tornando-se ainda mais isolado.

RESGATE

Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou, ontem, que foi dado início à retirada dos feridos e adoentados em Homs, além de mulheres e crianças.

A cidade, sitiada, está sob fogo intenso a mando do regime sírio. Morreram ali, na quarta-feira, o fotógrafo francês Remi Ochlik e a jornalista americana Marie Colvin.

Segundo ativistas, morreram ontem na Síria ao menos 103 pessoas, nos embates.

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