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Irã intensificou atividade nuclear, diz ONU

Agência afirma que Teerã avançou em seu programa de enriquecimento de urânio e critica falta de transparência

Representante do Irã na AIEA diz que relatório mostra "mais uma vez natureza pacífica" do programa nuclear

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O Irã intensificou seu programa de enriquecimento de urânio a níveis de pureza cada vez mais elevados e continua devendo maior transparência sobre suas atividades nucleares, segundo relatório da ONU divulgado ontem.

O teor do mais recente documento produzido pelos inspetores da AIEA, a agência de energia nuclear da ONU, surge num contexto de tensão acirrada entre Teerã e as potências ocidentais.

As preocupações com o relatório colaboraram para que o preço do petróleo em Londres chegasse a atingir seu maior valor em nove meses. O barril do tipo Brent fechou a US$ 125,47.

"A [AIEA] continua tendo sérias preocupações em relação a possíveis aspectos militares do programa nuclear do Irã", diz o texto confidencial, que acabou vazando na imprensa.

Segundo o documento, o Irã triplicou desde novembro a produção de urânio enriquecido a 20% -teor que, em tese, aproxima Teerã dos 80% necessários à fabricação de uma bomba atômica.

A AIEA diz que o governo iraniano instalou cerca de 700 centrífugas na central de Fordo. Também preocupa a agência o fato de Teerã ter acelerado o enriquecimento de urânio na central de Natanz, pedra angular do programa nuclear iraniano.

A agência destaca ainda a "decepcionante" recusa de o Irã permitir que os inspetores da ONU, em visita a Teerã dias atrás, vistoriassem a central de Pachin, onde até 2003 teriam sido feitos testes com explosões atômicas.

A AIEA lamenta que continue havendo "grandes divergências" com o Irã.

O representante do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse que o relatório "mostrou mais uma vez a natureza pacífica do programa nuclear iraniano". Teerã costuma dizer que tem o direito de enriquecer urânio para produzir energia e fazer pesquisa sobre medicina nuclear.

Para a Casa Branca, as ações de Teerã mostram "por que o Irã fracassou em convencer a comunidade internacional de que seu programa nuclear é pacífico".

Israel, embora seja o único país do Oriente Médio a possuir a bomba atômica, diz encarar o programa iraniano como ameaça existencial e vem ameaçando atacar o Irã.

Em seu relatório anterior, de novembro, a AIEA disse que Teerã havia alcançado avanços importantes no domínio da tecnologia nuclear. Ele foi redigido em parte graças a dados de agências de espionagem ocidentais.

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