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Brasil usa cinema para estreitar laços com o Paquistão

Embaixada realiza ciclo com nove longas nacionais em Islamabad, onde não há salas regulares de exibição

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

A atuação de Fernanda Montenegro em "Central do Brasil" (1998), de Walter Salles, e o clássico "Orfeu Negro" (1959), de Marcel Camus, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, voltarão à tela do cinema -ao menos a da sala de projeção da embaixada brasileira em Islamabad, capital do Paquistão.

Com segurança reforçada para prevenir ataques terroristas, o local abriga a partir de hoje o primeiro festival de filmes brasileiros na cidade.

Em atentado recente noticiado por agências, uma bomba explodiu em novembro passado numa sala de cinema em Karachi (sul do país). Hoje, a sala em funcionamento mais próxima de Islamadad (832 mil habitantes) fica a 30 km de distância.

As principais opções culturais da capital são concertos e exposições, diz o diplomata brasileiro Thomaz Napoleão, que reside no país.

Segundo ele, os dois cinemas da capital foram desativados há anos. Um foi incendiado durante um protesto; outro faliu por falta de público. Embaixadas do Reino Unido, dos EUA e da França têm salas de exibição, mas não as usam por razão de segurança. A da Embaixada do Brasil possui 60 lugares.

O festival é composto por nove filmes, entre eles "Ensaio sobre a Cegueira" (Fernando Meirelles) e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" (Cao Hamburger).

Napoleão diz que foram evitados "filmes que pudessem ofender as sensibilidades culturais dos paquistaneses". O Itamaraty aposta na difusão cultural para estreitar contatos entre países. "Pode-se convidar interlocutores locais que nunca viram nada brasileiro e verão tudo dentro do cinema: culinária, música, idioma", afirma Paula Souza, chefe da Divisão de Promoção do Audiovisual.

O orçamento do Departamento Cultural do ministério saltou de R$ 27,6 milhões em 2011 para R$ 35,6 milhões neste ano.

Colaborou NÁDIA GUERLENDA

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