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Polícia contém protesto em estação de trem argentina

Manifestantes quebram lojas e incendeiam catracas no local de acidente que matou 51

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

A Polícia Federal argentina dispersou, com gases lacrimejantes, um grupo de manifestantes que protestavam ontem à noite na estação Once, em Buenos Aires, dois dias depois do desastre de trem que causou 51 mortes.

Os manifestantes colocaram fogo em cartolinas e nas catracas e quebraram lojas dentro da estação aos gritos de "assassinos".

A confusão começou no meio da tarde, quando foi anunciado que havia mais um corpo dentro dos vagões.

Trata-se de Lucas Menghini Rey, de 20 anos, que nos últimos dias se transformou no rosto dessa tragédia, por conta da campanha comovedora que sua mãe fez para exigir que fosse encontrado.

Lucas estava no quarto vagão, onde a princípio não haviam sido registradas vítimas fatais. O vagão permaneceu na estação nesses dois dias, mas não voltou a ser revistado pelas equipes de busca. María Lujan, a mãe do rapaz, passou todo o tempo recorrendo hospitais e necrotérios para tentar localizar o filho.

Amigos de Lucas, que trabalhava num call center e tocava em uma banda de rock, também estavam presentes na estação, realizando um protesto pacífico.

Juntaram-se a eles pais de jovens que morreram na tragédia da boate Cromañon, em 2004. Carregavam fotos do rapaz e cartazes pedindo o fim da impunidade.

Meia hora depois, a polícia conseguiu espantar os manifestantes, que continuaram com os protestos na rua, do lado de fora. Dentro da estação, os familiares de Lucas seguiam esperando mais informações. O tio do rapaz tentou acalmar a multidão, mas não teve sucesso.

Desde o acidente de quarta, que também deixou mais de 700 feridos, oposicionistas e centrais sindicais vêm criticando o governo argentino pelo que consideram falta de controle do Estado sobre o transporte ferroviário.

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