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Sem resposta para a crise, G20 cobra os europeus

Para emergentes e americanos, é preciso ainda estimular a produção

Pressão é para que os países mais ricos, principalmente a Alemanha, aumentem auxílio financeiro

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

Preocupado com a desaceleração da economia global, o G20 pressionou a União Europeia -sobretudo a Alemanha- para agir rápida e incisivamente. Mas ante divergências sobre como dividir responsabilidades, deixou para seu próximo encontro, em abril, decisões efetivas.

Em comunicado emitido ontem, após dois dias de reuniões de seus ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais na Cidade do México, o grupo acenou com um prazo -março- para que os europeus reavaliem suas ferramentas.

Ou seja, o G20 espera uma resposta no próximo mês sobre quanto dinheiro a UE porá em sua barreira de proteção anticrise, que teria então contrapartida do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"Há amplo consenso de que o FMI não pode substituir a falta de uma proteção mais forte na Europa e tampouco avançar sem mais clareza do plano europeu", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, em entrevista coletiva.

Capitaneada pelos EUA e pelos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a pressão para os países europeus mais ricos elevarem seu aporte dominou o debate do G20.

Mas Berlim ainda hesita. O chamado Mecanismo de Estabilidade Europeu conta hoje com € 500 bilhões.

EMERGENTES

Para os emergentes e os americanos, a Europa precisa estender suas medidas para além do problema fiscal e estimular a produção, revertendo assim a desaceleração da economia global.

"Há dois grupos de países europeus", afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda). "Os muito endividados, que precisam fazer ajustes severos. Mas os países que estão mais fortes precisam estimular a demanda e um programa de investimentos."

Segundo Mantega, se a Europa agir no prazo e se a reforma iniciada em 2010 para ampliar o peso dos emergentes no FMI desemperrar, os Bric podem anunciar já em abril que contribuirão com o fundo anticrise.

Sobre a segunda condição dos emergentes, o comunicado do G20 enfatizou a necessidade de se avançar com o processo no FMI e fixou um cronograma até 2014.

O brasileiro defendeu ainda um fundo de proteção global mais amplo, que atenda também aos emergentes, cujas exportações de commodities se veem ameaçadas pela desaceleração global.

No comunicado, o G20 diz ter havido avanços e elogia as ações tomadas, mas ressalta que novos obstáculos surgiram. "Problemas estruturais, pouco equilíbrio global e um abismo de desenvolvimento persistente, além dos altos níveis de endividamento público e privado e de incerteza continuam a pesar na perspectiva de crescimento de médio prazo", diz o texto.

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