Ministro alemão defende Grécia fora do euro

Pela primeira vez, um membro do gabinete da chanceler Angela Merkel defendeu abertamente a saída da Grécia da zona euro. A declaração foi dada pelo ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich, em entrevista à revista "Der Spiegel".

"As chances de a Grécia se restabelecer e se tornar mais competitiva são certamente maiores fora da união monetária do que se permanecer na zona do euro", disse.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) também aventou, em entrevista ao "Financial Times", a possibilidade de países problemáticos deixarem a zona do euro para que possam usar uma eventual desvalorização cambial e mitigar os efeitos da crise.

Depois, ressaltou a jornalistas no encontro do G20 que a medida caberia somente após a crise estar superada.

"A União Europeia traz rigidez cambial para alguns países", afirmou. "Depois de superada a crise, alguns poderiam cogitar [deixar o euro]. Mas não na crise, no meio da crise não seria conveniente uma saída. Depois que tudo se acalmar, pode ser."

REESTRUTURAÇÃO

Na última quarta-feira, o Parlamento grego aprovou o plano de reestruturação da dívida em mãos de credores privados. Essa foi uma das principais condições impostas pelo FMI e pelo bloco europeu para que o país possa ter acesso ao pacote de € 130 bilhões previstos no acordo de resgate financeiro.

Os bancos podem aderir à proposta até o começo de março, mês em que a Grécia terá de enfrentar o vencimento de uma parcela de € 14,5 bilhões de sua dívida.

Além disso, os financiadores exigem que o país reduza seu endividamento e se comprometa com um plano de cortes dos gastos públicos.