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Sob pressão, Correa perdoa jornalistas

Presidente do Equador anula penas de prisão e multa contra três diretores e um editor do jornal "El Universo"

Autores de livro sobre corrupção no governo também são perdoados; líder diz que 'imprensa abusiva foi vencida'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou ontem o perdão a três diretores e um editor do jornal "El Universo", que haviam sido condenados a três anos de prisão e a multa de US$ 40 milhões (R$ 68 milhões) em processo por injúria, em um caso com repercussão internacional.

"Assim como tomei a decisão de iniciar esse processo, decidi perdoar os acusados, concedendo-lhes remissão das penas que merecidamente receberam", afirmou Correa em transmissão nacional.

Correa usou sua prerrogativa constitucional para dar o perdão. Mas não arrefeceu suas críticas à imprensa.

"Há perdão, mas não há esquecimento", disse. "A imprensa abusiva foi vencida."

O processo foi aberto após o jornal publicar coluna do editor de opinião, Emilio Palacio, que chamava Correa de "ditador" (leia nesta página), em 6 de fevereiro de 2011.

No início deste mês, a Suprema Corte do Equador ratificou a sentença contra os três diretores e Palacio.

A condenação foi considerada por organizações de imprensa como um golpe contra a democracia, mas Correa sustentou que as disputas entre seu governo e a mídia são justas.

"Eles têm falado sobre uma ditadura e eles estão certos, porque existe uma ditadura e existe um governo que está combatendo essa ditadura, a ditadura da mídia", disse.

Desde que assumiu, em 2007, Correa deflagrou uma campanha que incluiu a expropriação de canais de TV e rádio, o uso discriminatório de verba para publicidade oficial e a condenação judicial por injúria de jornalistas que criticam o governo.

Ontem, ele anunciou o perdão também aos jornalistas Juan Carlos Calderón e Cristian Zurita, que foram condenados em primeira instância a pagar multa de US$ 2 milhões (R$ 3,4 milhões) pela publicação de "El Gran Hermano", livro em que denunciavam casos de corrupção vinculados ao irmão do presidente, Fabricio Correa.

Em nota, o "El Universo" afirmou ontem que se pronunciará apenas quando as condenações forem de fato arquivadas.

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