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Conservador, Arizona busca moderação

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A PHOENIX

Quando o Arizona votar nas prévias republicanas, hoje, as urnas devem registrar algo além do favorito para disputar a Casa Branca pelo partido em novembro: um dos Estados mais radicalmente conservadores dos EUA começa a buscar moderação.

Após uma série de episódios estimulados pela radicalização, como o atentado que quase matou a deputada democrata Gabrielle Giffords, no início do ano passado, e a promulgação das leis mais duras do país contra a imigração, em 2010, eleitores do Estado tiraram do cargo alguns dos políticos locais mais estridentes.

Alas progressistas, mais mobilizadas do que em 2008, também começam a coletar assinaturas para antecipar a sucessão da governadora republicana Jan Brewer.

"Nas eleições locais de novembro passado, perdi as contas das portas em que bati. Mas conseguimos mobilizar 25 mil votos", afirmou à Folha Betty Guardado, diretora de organização de um sindicato do setor hoteleiro da capital, Phoenix.

A mudança, embora lenta, também tem a ver com demografia. O Arizona cresceu 25% em dez anos, ante 10% do tante do país, segundo o último Censo. Tem uma população em que os hispânicos são 30% e que é majoritariamente jovem.

Com uma economia menos combalida que a dos vizinhos, vem recebendo também moradores de Estados mais progressistas, como Califórnia e Nevada.

A tendência pode se tornar mais clara hoje, caso as pesquisas de intenção de votos se confirmem e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, o menos radical dos quatro aspirantes republicanos à Presidência, vença.

Apoiado pelo senador John McCain, republicano moderado cuja base é o Arizona, ele lidera a média dos levantamentos compilada pelo site Real Clear Politics com 41% das preferências, ante 28% do ex-senador ultraconservador Rick Santorum.

As enquetes no Estado, porém, não primam pela confiabilidade.

Por isso, outro número importante a se observar hoje é o comparecimento às urnas. As primárias no Arizona são "abertas", o que significa que não filiados ao partido também podem votar.

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