Gregos retiraram 70 bilhões de euros dos bancos desde 2009

O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, afirmou ontem que os bancos perderam € 70 bilhões em depósitos desde 2009, quando teve início a crise grega, após a revelação da adulteração dos dados da dívida pública.

Segundo ele, apenas € 16 bilhões foram destinados para bancos no exterior.

A maior parte do montante foi usada por famílias e empresas em dificuldades ou por pessoal que preferiu guardar o dinheiro em casa a deixar nos bancos gregos, alvos de rumores de quebra.

"Ele está, como dizemos, no colchão ou em caixas", disse Venizelos.

O dado final do PIB grego de 2011 ainda não foi divulgado, mas os € 70 bilhões devem representar pouco mais da metade de todos os bens e serviços produzidos no país no ano passado.

"O dinheiro, se ele existisse nos bancos, permitiria que empréstimos fossem feitos para empresas, para movimentar a economia, para que o desemprego fosse enfrentado", afirmou o ministro.

Em janeiro, o crédito para o setor privado na Grécia recuou 3,3% ante o mesmo período de 2011, enquanto a taxa de desemprego ficou em 19,9% em novembro -é a segunda maior da União Europeia, atrás só da espanhola.

TROCA DE TÍTULOS

Venizelos afirmou ainda que a proposta de troca dos títulos da dívida grega que vence na quinta será a única oferecida pelo governo.

"Essa é a melhor oferta já que é a única, a única existente", disse à Bloomberg.

Pela proposta, o governo grego oferece 46,5% do valor nominal dos papéis nas mãos dos credores privados.

A oferta já foi comparada à inquisição espanhola pelo presidente-executivo do banco alemão Commerzbank, mas a própria instituição financeira reafirmou ontem que, com outras 11, deve aceitar a proposta da Grécia.

O governo espera que a oferta tenha aval de ao menos 75% dos credores.