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'Superterça' expõe problemas de Romney

Ex-governador venceu 6 das 10 eleições prévias republicanas, mas não consegue conquistar a direita do partido

Disputa acirrada com oponentes alimenta dúvidas sobre as suas chances contra Obama na eleição presidencial

Win McNamme - 6.jun.2012/France Presse
Romney discursa em Boston, em um dos eventos dos quais participou na "superterça", em que venceu em seis Estados
Romney discursa em Boston, em um dos eventos dos quais participou na "superterça", em que venceu em seis Estados

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Uma vitória ampla mas sem brilho na "superterça", anunciada na madrugada de ontem, deu fôlego à tática de Mitt Romney para ser o candidato republicano à Casa Branca: devagar e sempre.

A persistente rejeição ao ex-governador de Massachusetts pela ala mais à direita do partido, porém, alimenta dúvidas sobre suas chances na eleição presidencial conforme a disputa se arrasta.

Romney ganhou 6 dos 10 Estados que votaram na "superterça", dia que concentra mais prévias republicanas.

Embora por uma margem pequena (0,8 ponto percentual), levou Ohio, o Estado mais cobiçado da rodada e visto como crucial na eleição de fato em novembro, além de Virginia, Massachusetts, Idaho, Alasca e Vermont.

Somou ainda 220 delegados (que votam na convenção que sela a candidatura do partido, em agosto, distribuídos segundo o peso e o resultado das prévias em cada Estado), mais do que seus três adversários juntos.

São necessários 1.144 delegados para a consagração, e o político de centro-direita conta agora com 406.

Seu maior rival, o ex-senador ultraconservador Rick Santorum, obteve 85, e três Estados (Tennessee, Oklahoma e Dakota do Norte).

Pode parecer pouco -sobretudo porque o terceiro colocado, o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, amealhou 79, além de vencer na graúda Geórgia-, mas foi o suficiente para expor uma fragilidade nevrálgica na candidatura de Romney: até agora, ele não conseguiu vencer em nenhum grande Estado conservador sulista, com exceção do Arizona (que caminha mais para o centro).

Pior para Romney, cinco dos sete Estados que ainda votam neste mês têm esse perfil, o que deve prolongar a disputa.

JUNHO

"Minha expectativa é que a disputa continue até maio ou mesmo junho", disse à Folha Michael Barone, analista conservador no American Enterprise Institute. Em coluna, Barone defendeu que a "superterça" foi de perdas e ganhos para todos.

Já Thomas Mann, do centro de Estudos Brookings, afirmou em bate-papo na internet que algo que já foi uma rodada de fogo não mudou nada. "Santorum e Gingrich seguirão na disputa, e Romney continuará a ter alguns dias ruins", escreveu.

"Mas nenhum dos dois tem a mais remota chance de conseguir a candidatura, então é questão de tempo e de Romney começar a difícil tarefa de pôr de pé uma campanha eleitoral de credibilidade", continuou, aludindo à intensa troca de ataques pessoais entre os aspirantes.

O calendário de prévias vai até 26 de junho. Por enquanto, nenhum candidato dá sinais de ver o caixa secar.

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