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Análise

Noite republicana termina com Obama como maior vencedor

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A "superterça" não definiu ainda quem enfrentará Barack Obama em novembro, mas ajudou a deixar ainda mais claras as grandes chances de reeleição do presidente.

O bom senso e a história política americana indicam que quanto mais um partido se retalha em ferrenhas lutas internas para a definição do candidato presidencial, menores são as suas chances de vencer o pleito final.

A aplicação desse princípio tem superado até a presunção, igualmente forte, de que presidente atrás de segundo mandato tem mais chances de vencer a eleição.

Dois exemplos: em 1992, o republicano George H. Bush enfrentou Pat Buchanan, na primeira grande articulação da ultradireita republicana, agora tão influente; em 1980, Jimmy Carter sofreu muito para vencer a mística e a máquina de Edward Kennedy e família.

Na eleição final, Bill Clinton ganhou de Bush e Ronald Reagan, de Carter.

Mas a situação mais semelhante à atual do Partido Republicano, foi a do Partido Democrata em 1972.

Como agora, o establishment partidário preferia um pré-candidato (Hubert Humphrey então, Mitt Romney agora) que não conseguia galvanizar os grupos mais fieis do partido e um aspirante (George McGovern há 40 anos, como Rick Santorum em 2012) entusiasmava os eleitores tradicionais do partido, com discurso mais radical e atraente.

Em 1972, McGovern ganhou a candidatura e foi massacrado na eleição por Richard Nixon. Tudo indica que o preferido do partido, Romney, é quem vai vencer a disputa interna. Se Santorum conseguir o quase milagre de superá-lo, terá destino parecido ao de McGovern.

Para alguns, a regra de que primárias fratricidas sempre levam à derrota se encerrou em 2008, com a eleição de Obama, após a mais renhida série de primárias da história, contra Hillary Clinton, que tinha o apoio dos mandachuvas do partido.

Mas há diferenças fundamentais entre aquela situação e a de agora: Obama tinha a adesão apaixonada das bases do partido (Romney é hostilizado pelas bases republicanas) e em 2008 praticamente qualquer candidato com apoio de George Bush seria derrotado por qualquer oponente (a popularidade de Obama é muito superior à de Bush há quatro anos).

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA é editor da revista "Política Externa" e autor de "Correspondente Internacional" (Contexto)

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