EUA criam mais 227 mil novos empregos

Os EUA superaram as expectativas dos economistas e criaram 227 mil novos postos de trabalho em fevereiro, anunciou ontem o Departamento do Trabalho americano, festejando o 24º mês consecutivo de criação de vagas no setor privado.

Já o índice de desemprego ficou estável em relação a janeiro -8,3%, o menor patamar em três anos, mas ainda alto em relação aos 5% de média do período pré-crise.

A falta de variação, porém, esconde um dado positivo: é resultado do retorno ao mercado de trabalho de quase 500 mil americanos que haviam desistido de buscar emprego, um sinal de otimismo diante da incipiente recuperação da economia.

"A participação na força de trabalho nos EUA está subindo, os americanos estão mais confiantes de que podem achar emprego", disse a secretária do Trabalho, Hilda Solis, ao anunciar os dados.

"O índice de confiança do consumidor é o mais alto em um ano, e muitos empregadores reagem aumentando seus quadros."

Na aferição do instituto Gallup, a confiança do consumidor tem melhorado significativamente desde julho, mas a -20 pontos hoje (em um índice de base cem no qual números negativos representam pessimismo e positivos, otimismo) ainda é menor do que os -14 pontos de fevereiro de 2011.

De qualquer forma, a tendência beneficia a tentativa de reeleição do Barack Obama em novembro, essencialmente ligada ao ânimo do eleitor quanto à economia.

Segundo o Departamento do Trabalho, o emprego nos EUA cresceu nos setores de serviço, principalmente, e também em saúde, assistência social, lazer e hospitalidade e mineração. O setor manufatureiro também criou postos (31 mil), enquanto construção civil e varejo permaneceram estáveis.

As vagas em serviços -aumento de 82 mil- puxaram a alta no setor privado, que ao todo abriu 233 mil postos. Quase metade delas, porém, é temporária ou de meia jornada, notou o departamento.

E o setor público continua a demitir, embora em menor escala. No mês passado, foram fechadas 5.000 vagas de servidores, contra média de 22 mil postos a menos por mês em 2011. (LUCIANA COELHO)