Análise

Contencioso com chineses será questão cada vez mais importante

As críticas que faz à China foram com certeza uma razão pela qual Mitt Romney conseguiu uma vitória apertada em Ohio na semana passada, vitória essa que lhe permitiu conservar sua dianteira como pré-candidato republicano.

É um argumento ao qual ele provavelmente vai recorrer novamente. Assim como o Estado de Ohio desindustrializado vai novamente mostrar ser decisivo na eleição americana, a China vai figurar cada vez mais como questão contenciosa na fase que antecede a eleição.

"A China rouba nossos projetos, nossas patentes e nosso know-how", disse Romney aos moradores de Ohio.

Com um eleitorado que acredita que a China já é a maior economia do mundo, antes mesmo de isso ser fato, os políticos refletem essa angústia em seus comícios. Na hora de governar, porém, eles entendem rapidamente que não faz sentido provocar uma guerra comercial com o maior credor dos EUA.

Enquanto isso, a China continua a permitir que o yuan ganhe valor; a moeda chinesa subiu aproximadamente 20% em relação ao dólar nos últimos quatro anos.

O recente aumento no número de empregos nos EUA oferece uma injeção de metadona que levou as pessoas a não enxergarem as tendências mais fundamentais no sentido oposto. Uma destas é o crescimento acelerado do deficit comercial americano em relação à China, que no ano passado aumentou em mais de um décimo, chegando a quase US$ 300 bilhões.

O segredo da China é que ela oferece enormes incentivos fiscais para atrair investidores com alto valor agregado. É provável que os EUA nunca se equiparem à generosidade da China, nem sequer tentem. Mesmo as medidas modestas propostas por Obama recentemente têm sido criticadas por economistas favoráveis a ele.