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Oposição síria acusa regime de massacre e faz apelo por armas

Ativistas dizem ter encontrado corpos de ao menos 45 civis, entre eles, crianças; governo acusa grupos armados

Hillary Clinton defende direito de a oposição se armar e pede pressão internacional pela saída de Assad do poder

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

A oposição síria ao regime do ditador Bashar Assad denunciou ontem mais um massacre em Homs, onde teriam sido encontrados os corpos de ao menos 45 civis, entre eles, mulheres e crianças.

Segundo os Comitês de Coordenação Local, muitas das vítimas teriam sido abusadas sexualmente e degoladas por soldados do regime. O governo, por sua vez, disse que os crimes foram cometidos por "grupos terroristas".

Na Turquia, o dirigente do Conselho Nacional Sírio George Sabra pediu à comunidade internacional que "arme o Exército Livre da Síria [ELS]", formado por dissidentes do Exército de Assad.

O ELS, principal interlocutor da oposição, revelou que governos estrangeiros já estariam enviando armamentos aos rebeldes, mas não especificou quais. Eles também clamaram por uma zona de exclusão aérea e intervenção militar estrangeira no país.

Um membro do ELS afirmou à agência Efe que o grupo matou 250 militares.

Em Nova York, a ONU voltou a pedir cessar-fogo, e EUA, França e outros Estados condenaram as mortes.

Em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, acusou o governo de Bashar Assad de "cinicamente" lançar ofensivas militares enquanto se encontrava com o enviado da ONU-Liga Árabe, Kofi Annan, no final de semana.

Annan afirmou que a comunidade internacional deve mandar uma mensagem clara à Síria de que massacres são "simplesmente inaceitáveis".

A ONU aumentou ontem para 8.000 o número de mortos no país desde março passado.

Hillary também argumentou que a "máquina militar" de Assad não pode ser comparada às ações de resistência dos opositores. Ela disse que Rússia e China, que vetaram resolução contra a Síria no conselho, devem pressionar Assad a fazer a transição democrática e a permitir a entrada de ajuda humanitária.

Em Genebra, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que preside a comissão de investigação da ONU sobre a Síria, disse que a resposta internacional não deve ser "alimentar a violência e fornecer armas".

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