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Sarkozy pede, e TV não transmite vídeo de assassino francês

Imagens enviadas anonimamente à Al Jazeera mostram as mortes das 7 vítimas de Mohamed Merah no sul do país

Familiares dos mortos também pediram a não divulgação do vídeo, que teria sido feito pelo próprio responsável

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A rede de TV Al Jazeera decidiu não veicular os vídeos que mostram as mortes de três crianças, um rabino e três soldados franceses em atentados em Toulouse (sul da França), supostamente filmadas pelo assassino.

Em nota divulgada em seu site, a Al Jazeera, baseada no Qatar, disse que "não divulgará o vídeo dos ataques franceses" porque "não acrescenta nenhuma informação que já não esteja em domínio público. Ele também não cumpre o código de ética da emissora para transmissão".

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, bem como familiares das vítimas, haviam pedido que as imagens não fossem divulgadas.

"Peço a todos aqueles responsáveis por todos os canais de TV em posse dessas imagens que não as divulguem sob nenhum pretexto por respeito às vítimas e ao país", dissera Sarkozy em discurso a juízes e policiais do caso.

Segundo Zied Tarrouche, chefe do escritório da TV em Paris, as imagens mostravam os sete assassinatos cometidos por Mohammed Merah, 23, que acabou morto pela polícia após um cerco de 32 horas em seu apartamento em Toulouse na última quinta.

A nota do canal dizia ainda que o vídeo foi recebido anteontem, procedente de uma fonte anônima autointitulada "Al Qaeda ataca a França", e repassado às autoridades a cargo das investigações.

O vídeo foi enviado em uma chave USB, acompanhada de uma carta não assinada escrita em letras maiúsculas "às vezes em mau francês", disse Tarrouche, em entrevista à TV francesa BFM.

A carta foi postada na véspera da morte de Merah, de fora de Toulouse. Não se sabe se outros canais também receberam as filmagens.

Questionado se as gravações eram autênticas, Tarrouche respondeu: "Infelizmente, sim. Isso foi confirmado pela polícia".

Tarrouche afirmou que as filmagens são acompanhadas de música, de cânticos religiosos e da leitura de versos do Corão.

"Você ouve os tiros e os gritos das vítimas", disse ele.

O jornalista disse que teve de pesar "riscos e consequências" de divulgar o vídeo, mas acrescentou: "Não somos um canal sensacionalista".

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