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Máquina do Partido Comunista mobiliza fiéis da ilha

DA ENVIADA A HAVANA

"Sigamos todas as instruções para às 7h termos passado o portão da praça e para que tenhamos cumprido a nossa tarefa", dizia, microfone na mão, em frente ao Capitólio no coração turístico de Havana, uma mulher.

Ela orientava os que se encaminhavam à missa do papa Bento 16 na capital cubana ontem.

Não era uma atividade católica típica, que tem cânticos e velas, mas mais um bem-sucedido exercício da máquina do governo-Partido Comunista.

A mobilização de fiéis era ordenada.

Uns avançavam enquanto outros esperavam sua vez. Havia uma sequência de engajamento dos bairros da cidade a ser respeitada.

O esquema conduziu boa parte dos 350 mil cubanos que se reuniram para ver o pontífice na emblemática praça da Revolução.

No altar instalado diante dos próceres do governo desenhados em perfis gigantes com hastes de ferro -como os revolucionários Che Guevara e Camilo Cienfuegos-, o papa rezou por pouco mais de uma hora.

PRISÃO

A poucas quadras dali, Inacio Martínez, 47, assistia à missa pela televisão.

Ele alega ter sido impedido de sair de casa por agentes de segurança.

Menos de 24 horas antes, ele fora preso em companhia da mulher, a ativista Yvonne Malleza, 35, integrante do grupo opositor Damas de Branco.

Segundo Martínez, Malleza, que esteve presa por 52 dias até ser solta em janeiro, foi detida momentos depois de conversar com a Folha anteontem, por telefone.

"Nos emboscaram numa ruela", conta o marido.

Ele contou que a mulher seguia presa até o fechamento desta edição.

Relatos como esse pipocaram pelas redes sociais ontem na ilha.

(FM)

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