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Bloqueio ao Irã é rejeitado pelos cinco emergentes

DO ENVIADO A NOVA DÉLI

A Rússia bem que tentou extrair dos Brics uma posição comum de condenação explícita aos EUA pela pressão que vêm exercendo sobre outros países para apertar o cerco ao Irã.

Não conseguiu. Mas obteve da presidente Dilma Rousseff, na entrevista coletiva que deu após o encerramento da cúpula, uma crítica dura, embora sem menção nominal aos EUA: "O Brasil acha extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã, apesar de não termos relações comerciais com o Irã", disparou Dilma (relações até existem, mas são realmente inferiores a 1% das exportações brasileiras e menos ainda para a importação).

Dilma disse compreender que outros países "precisam dessas compras" [de petróleo iraniano, que Estados Unidos e Europa querem bloquear]. De fato, a China importa do Irã 22% de suas necessidades de petróleo, enquanto a Índia supre 13% de seu consumo com o óleo iraniano.

De todo modo, o comunicado final dos Brics não faz menção à pressão, embora dedique todo o item 22 de seus 50 pontos à questão iraniana.

Nele, o principal é a necessidade de evitar que a situação relativa ao Irã "escale em direção a um conflito". Preocupação idêntica à que Dilma expressaria mais tarde. "Que as partes baixem o nível da retórica e se entendam", cobrou.

Tanto no comunicado como na fala da presidente, a alusão é às insinuações de Israel de que é necessário atacar o Irã antes que seu programa nuclear atinja um ponto em que a obtenção da bomba atômica seja irreversível. É também alusão à frase do presidente Barack Obama segundo a qual "todas as opções estão sobre a mesa" no caso iraniano.

(CR)

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