França prende 19 em operação contra militantes islâmicos

Uma força especial da polícia francesa deteve 19 pessoas ontem ao redor da França como parte de uma operação contra supostos militantes islâmicos.

A operação foi lançada dias após o atirador Mohamed Merah ter matado sete pessoas em ataques nas cidades de Montauban e Toulouse (sul da França) -segundo ele, numa missão da Al Qaeda. Merah acabou morto após um cerco de 32 horas em seu apartamento em Toulouse.

O governo disse, porém, que não há relação conhecida entre Merah e as pessoas detidas ontem nas cidades de Paris, Toulouse, Marselha, Nantes e Lyon.

Em entrevista à rádio Europe-1, o presidente Nicolas Sarkozy disse que haverá outras operações semelhantes "em conexão com uma forma de radicalismo islâmico", com o objetivo de "nos permitir expulsar de nosso território nacional um certo número de pessoas que não têm razão de estar aqui".

Sarkozy afirmou ainda que o "trauma" sofrido pela França com os atentados de Merah é equivalente ao "trauma" vivido pelos EUA no 11 de Setembro.

Desde os ataques, Sarkozy tem aumentado a retórica de ordem pública e segurança e subido de posição nas pesquisas referentes às eleições presidenciais de 22 de abril, em que ele tenta se reeleger. Uma consulta mostrou que 70% da população aprovou sua atuação diante do caso.

As operações de ontem foram filmadas pelas câmeras de TV, que mostraram os policiais derrubando portas, destruindo janelas e retirando suspeitos algemados e com os rostos cobertos.

Questionado sobre se se tratava de uma operação midiática, o ministro do Interior, Claude Guéant, afirmou que as detenções foram uma "decisão judicial" contra suspeitos que proclamavam "uma ideologia extremista".

Segundo Guéant, cinco rifles, três fuzis, quatro pistolas e um colete à prova de balas foram apreendidos.