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Confrontos entre palestinos e Israel deixam um morto Cerca de outros 50 ficaram feridos durante embates no 'Dia da Terra', manifestação anual contra a ocupação Aharonovitch, ministro da Segurança Interna de Israel, afirma que protestos palestinos são um "show" conhecido
DE JERUSALÉM Um palestino morreu e cerca de 50 foram feridos nos confrontos com forças de segurança israelenses que marcaram o "Dia da Terra", protesto anual contra a ocupação. Os confrontos mais violentos ocorreram em Jerusalém Oriental e na passagem de Kalandia, entre Israel e o território palestino ocupado. Dezenas de jovens palestinos enfrentaram os policiais com pedras e bombas incendiárias, e foram rechaçados por balas de borracha, jatos d'água e gás lacrimogêneo. Em Gaza, um manifestante identificado como Mahmoud Zakot, 20, foi morto com um tiro quando tentava romper a divisa com Israel, segundo fontes palestinas. O "Dia da Terra" é observado desde 1976, quando seis pessoas morreram em manifestações contra a expropriação de terras de árabes em Israel. Nos últimos anos, tornou-se um protesto contra a ocupação da Cisjordânia. Apesar dos confrontos, o protesto foi muito menor do que a "Marcha do Milhão" convocada por grupos pró-palestinos para marcar o dia. Fatah e Hamas, as facções rivais que dividem o território palestino, estimularam os protestos, mas claramente não estavam interessadas em que eles saíssem do controle. A cena mais surpreendente ontem foi a de policiais do Hamas, o grupo islâmico que controla Gaza, reprimindo com cassetetes quem tentava chegar à fronteira com Israel. Depois de ser eleito em 2006 sob a bandeira da luta contra Israel, o Hamas expulsou o secular Fatah e impôs um regime islâmico em Gaza. O grupo ainda se nega a reconhecer Israel, mas a consolidação no poder o levou a uma posição mais moderada. JERUSALÉM As manifestações de ontem foram pontuais, mas renderam momentos tensos. Um deles foi o protesto no coração da parte árabe de Jerusalém, em frente ao portão do Damasco, quando policiais israelenses avançaram montados a cavalo contra os manifestantes. Várias pessoas ficaram levemente feridas. Na principal passagem entre Israel e a Cisjordânia, os israelenses dispararam balas de borracha, gás lacrimogêneo e uma substância malcheirosa para impedir que os manifestantes chegassem perto da fronteira. O deputado palestino Mustafa Barghouti foi ferido na cabeça. Não está claro se por uma bomba de gás israelense ou se por socos numa briga com outros palestinos. A Anistia Internacional criticou Israel pelo uso de "força excessiva". O ministro israelense da Segurança Interna, Yitzhak Aharonovitch, foi até Kalandia e disse que os protestos eram "um show" conhecido. "Eles atiram pedras e nós reagimos", resumiu. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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