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Países anunciam ajuda a rebeldes sírios Reunidos na Turquia, 83 Estados discutem criação de fundo para estimular deserções nas forças de Bashar Assad EUA confirmam que fornecem aparelhos de comunicação para os opositores; Brasil fez parte como observador
DE JERUSALÉM Em meio à descrença de que a mediação da ONU será capaz de parar a violência na Síria, potências ocidentais e países do golfo Pérsico prometeram aumentar a ajuda à oposição contra o regime do ditador Bashar Assad. A segunda conferência internacional dos Amigos do Povo Sírio reuniu ontem em Istambul representantes de 83 países com líderes da oposição síria. O Brasil participou como observador. Embora ainda relutantes, diante da desunião entre os opositores, os países reconheceram o CNS (Conselho Nacional Sírio) como a principal frente anti-Assad. A Arábia Saudita e outros países do golfo discutiram a criação de um fundo de ajuda aos rebeldes de milhões de dólares. Uma das ideias é oferecer uma recompensa a todo soldado do Exército sírio que desertar. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, confirmou pela primeira vez que os EUA estão fornecendo equipamentos de comunicação à oposição dentro da Síria, para ajudá-la a "se organizar e evitar os ataques do regime". O comunicado final do encontro pede que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, estabeleça um prazo para que o regime cumpra as condições de seu plano. Na semana passada, o governo sírio indicou que aceitava a proposta de seis pontos apresentada por Annan, que incluía cessar-fogo imediato e a retirada do Exército dos centros urbanos. Desde então, porém, a repressão continuou. Ontem, 57 pessoas morreram em ataques do regime, relataram ativistas sírios. Em um ano de revolta contra Assad, 9.000 civis foram mortos na repressão, segundo a ONU. CHINA E RÚSSIA "O regime está aumentando sua longa lista de promessas não cumpridas", disse Clinton. "O mundo deve julgar Assad pelo que ele faz, não pelo que fala. E nós não podemos mais ficar esperando sentados." A ideia de fornecer armas aos rebeldes, defendida pelos sauditas, ainda é motivo de divergências, devido à fragmentação da oposição e aos riscos de que o gesto leve ao aumento da violência. Mas a ajuda financeira internacional servirá para pagar salários aos rebeldes, afirmou o presidente do CNS (Conselho Nacional Sírio), Burhan Ghalioun. Um membro do CNS disse que foram prometidos US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) para o pagamento de três meses de salários de soldados e oficiais desertores do ELS (Exército Livre da Síria). O comunicado final reconhece o CNS como "representante legítimo de todos os sírios", acrescentando peso internacional ao grupo. O anúncio, contudo, decepcionou os líderes do CNS, que esperavam ser declarados os únicos interlocutores. Rússia e China, contrários a qualquer tipo de intervenção na Síria, mantiveram-se longe do encontro. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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