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Corte militar julgará suspeitos do 11/9

EUA anunciam a retomada do processo contra terrorista que seria mentor dos ataques e outros quatro suspeitos

Ativistas protestam pelo fato de julgamento ser em tribunal militar, que não desconsidera confissões sob tortura

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos retomou o processo para julgar numa comissão militar cinco suspeitos de envolvimento nos atentados do 11 de Setembro e abriu contra eles novas queixas, que podem culminar na pena de morte.

Khalid Sheikh Mohammed, Walid bin Attash, Ramzi Binalshibh, Ali Abdul Aziz Ali e Mustafa Ahmed al Hawsawi serão julgados por planejar e executar os ataques em 2011, que deixaram quase 3.000 mortos em Nova York, Arlington e em um descampado na Pensilvânia. Os cinco devem ser julgados conjuntamente, e a primeira audiência está prevista para dentro de um mês, a partir do momento em que os réus forem informados oficialmente da reabertura do processo.

O mais célebre deles é Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos mentores dos ataques, nos quais morreram outros 19 terroristas da rede Al Qaeda.

Mohammed já havia sido levado a julgamento em 2008, mas o processo foi interrompido no ano seguinte com o plano do então recém-empossado presidente Barack Obama de fechar a prisão na base militar americana de Guantánamo, em Cuba, onde eles estão encarcerados.

Sem sucesso em realocar os quase 200 prisioneiros que há dez anos esperam ali por julgamento, o presidente sugeriu então submetê-los a um tribunal civil em solo americano, mas dúvidas sobre custo e segurança o demoveram da ideia.

A decisão de ontem gerou protestos de ativistas civis, para os quais um julgamento em corte militar americana não seria imparcial. Um dos problemas apontados sobre julgamentos nesses tribunais é que eles aceitam confissões feitas sob tortura.

"O governo Obama está cometendo um erro enorme ao levar o mais importante julgamento por terrorismo dos nossos tempos para um sistema de justiça de segunda linha", declarou o diretor-executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu), Anthony Romero, em comunicado em seu website.

Os réus vão responder por terrorismo, sequestro de avião, conspiração, assassinato e ataque a civis e a alvos civis.

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