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Preços de alimentos empurram a alta da inflação chinesa

Taxa aumentou em 3,6% em março; ritmo pode reduzir as chances de novas medidas para manter crescimento

Crescimento robusto e alta nos custos de matérias-primas levam os preços a uma alta em nações emergentes

BETTINA WASSENER
DO “NEW YORK TIMES”, EM HONG KONG

A taxa de inflação chinesa subiu em março, de acordo com dados divulgados ontem, um desdobramento que pode reduzir, sem eliminar, as chances de que Pequim anuncie novas medidas para manter o crescimento.

Os preços ao consumidor -empurrados por uma alta nos voláteis preços dos alimentos- aumentaram em 3,6% na economia chinesa em março, na taxa anualizada. O ritmo foi superior aos 3,2% de fevereiro e ficou mais perto do que os analistas esperavam da meta de 4%.

Ao contrário da situação na Europa e nos EUA, onde o crescimento é anêmico e a inflação é modesta, a China e outras economias emergentes sofreram inflação significativa, porque o crescimento robusto e a alta nos custos das matérias-primas levaram os preços a uma alta.

Na China, onde milhões de pessoas enfrentam dificuldades para manter as despesas em dia e o custo da comida responde por proporção considerável dos gastos caseiros, a inflação é um tópico especialmente sensível.

Aumentos acentuados nos preços dos bens de consumo e da habitação, em 2011, conduziram a inflação ao topo da lista de preocupações econômicas de Pequim e levaram as autoridades a anunciar diversas medidas concebidas para conter o crescimento e a inflação que o acompanha.

Os níveis atuais de inflação devem persistir nos próximos meses, disseram analistas, mencionando aumentos no preço dos combustíveis.

Agora, porém, a inflação está bem abaixo dos preocupantes 6,5% que chegou a registrar no ano passado e continua confortavelmente abaixo da meta governamental.

Mesmo o aumento apenas ligeiramente superior ao esperado anunciado ontem deixa às autoridades bastante espaço para pisar no acelerador, caso necessário, disseram analistas.

O índice básico de preços ao consumidor "continua moderado e administrável", afirmou Qu Hongbin, co-diretor de pesquisa econômica asiática do HSBC de Hong Kong, em nota de pesquisa. Problemas de oferta causados por condições climáticas extremas parecem ter causado picos de preços para alguns alimentos.

O crescimento, mais que a inflação, "é a principal preocupação das autoridades econômicas em Pequim", disse.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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