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Egípcios protestam para ter 'revolução de volta'

Convocada pela Irmandade Muçulmana, manifestação reúne milhares na praça Tahrir

DE JERUSALÉM

A Irmandade Muçulmana reuniu milhares de pessoas ontem na praça Tahrir, no Cairo, que foi o epicentro dos protestos que levaram à renúncia do ex-ditador Hosni Mubarak, no ano passado.

Foi uma demonstração de força do principal grupo político do Egito, a pouco mais de um mês das eleições que apontarão o primeiro presidente da era pós-Mubarak.

A manifestação era contra as candidaturas de remanescentes do antigo regime.

O principal alvo foi Omar Suleiman, ex-chefe do temido serviço de inteligência e que chegou a ser nomeado vice-presidente pouco antes da renúncia de Mubarak.

"Queremos nossa revolução de volta", gritaram os manifestantes na praça Tahrir, que pela primeira vez nos últimos meses recebeu um protesto patrocinado pela Irmandade Muçulmana.

Depois de conquistar quase metade do Parlamento nas eleições com seu partido, Liberdade e Justiça, os islamitas distanciaram-se das frequentes manifestações contra a junta militar que assumiu o poder no país.

Mas a candidatura de membros do antigo regime e a decisão da Justiça de suspender a comissão parlamentar encarregada de redigir a nova Constituição levaram a Irmandade Muçulmana de volta às ruas.

Reforçando a tensão com os militares, o grupo mudou a decisão de não ter um candidato à Presidência e decidiu lançar Khairat al-Shater, seu principal estrategista.

Na quinta, o Parlamento aprovou uma lei que proíbe altos funcionários do antigo regime, como Suleiman, de disputar cargos políticos por dez anos. Para entrar em vigor, a lei precisa ser ratificada pela junta militar, o que parece pouco provável.

Uma pesquisa nesta semana apontou o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa como o favorito para a eleição presidencial, que começa dia 23 de maio. (MN)

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