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Pressão internacional reduz o narcotráfico COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GUINÉ-BISSAU"Não quero sair com o carro novo, senão as pessoas vão pensar que sou traficante", diz Nando, falando num canto do restaurante Kalliste, na capital da Guiné-Bissau. A pressão internacional e as reformas implementadas no país africano conseguiram mitigar o tráfico na região, reduzindo o volume da cocaína para 13% do que foi consumido na Europa em 2009. Mesmo assim, a presença de utilitários esportivos de luxo nas ruas de Bissau não surpreende ninguém. "Vim em busca de negócios e me ofereceram cocaína", comenta um empresário espanhol em voz baixa. Apesar dos esforços, a tentação de ganhar dinheiro fácil em um país em que o PIB equivale a menos de três toneladas da droga na Europa é um risco permanente. "É preciso evitar que o Estado seja capturado pelo narcotráfico", diz o secretário do Interior. "Mas sabemos que isso será muito difícil", afirma. A inclusão da África ocidental na rota do narcotráfico, devido à necessidade dos cartéis latino-americanos de responderem ao aumento da demanda europeia pelo produto, tornou-se visível inicialmente em 2004. Dois anos mais tarde, 27% da cocaína consumida na Europa já transitava pela região, segundo o UNODC (escritório das Nações Unidas sobre a droga e o crime). Mas as apreensões desproporcionais realizadas em Guiné-Bissau, a presença maior de latino-americanos em suas ruas e o fato de o envolvimento de grande número de autoridades ser do conhecimento público levaram o pequeno país lusófono a ser visto como o primeiro "narco-Estado" do mundo. Depois da guerra da independência, que terminou em 1974, as disputas constantes entre diferentes facções do Exército minaram as possibilidades de consolidação do Estado, e isso gerou uma corrupção endêmica que condenou o futuro do país. (JG) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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