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Regime tenta conter repercussão na internet

DE PEQUIM

Assassinato, drama familiar, desdobramentos diplomáticos e disputa de bastidores pelos cargos mais altos do país. A trama envolvendo Bo Xilai é saborosa, mas está cada vez mais difícil de ser seguida na China devido à crescente censura oficial.

Preocupado com a imagem do Partido Comunista, o governo chinês reforçou a vigilância nos populares microblogs, bloqueando palavras e apagando posts, levando os internautas a soluções criativas para driblar o cerco.

Uma lista de palavras bloqueadas nas buscas dos weibos (microblogs) feita pelo site "China Digital Times" mostra o jogo de gato e rato: além dos nomes dos envolvidos, o veto inclui termos como "tomate", "rei do sudoeste" e "não magro", todos em alusão a Bo Xilai.

A máquina de censura dá sinais de nervosismo. Na última quinta, a internet ficou por duas horas fora do ar em alguns dos maiores provedores do país, afetando dezenas de milhões. Não houve explicação oficial. Supõem analistas que foi um erro durante ajustes no filtro da rede.

O governo chinês tenta há meses controlar o fluxo de comentários nos weibos, sob a alegação de que quer "combater rumores". Segundo números oficiais, 210 mil comentários foram apagados desde meados de março até a semana passada.

No início do mês, dois sites de microblogs bloquearam parcialmente novos comentários por quatro dias. Outros 16 sites foram fechados, e seis pessoas, detidas.

Enquanto faz a "faxina" na internet, o governo chinês busca demonstrar que tem a situação sob controle. Na emissora estatal CCTV, os noticiários estão recheados de entrevistas de rua com moradores de Chongqing afirmando que apoiam a decisão de afastar Bo Xilai.

Anteontem, editorial do estatal "Diário do Povo" afirma "que todo indivíduo e toda organização deve cumprir estritamente a lei".

(FM)

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