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FMI consegue barreira anticrise de US$ 430 bi

Brasil apoia iniciativa, mas sem revelar qual será o valor da contribuição

Objetivo do Fundo é aumentar o seu poder de fogo para proteger países de um eventual repique da crise

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
VERENA FORNETTI
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
ANDREA MURTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM WASHINGTON

Após meses de negociação, o FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou ontem sua barreira anticrise com mais de US$ 430 bilhões para proteger todos os países-membros de futuros choques -sem ter, contudo, mais do que um apoio reticente do Brasil, que não se comprometeu com nenhum valor.

"O que aconteceu hoje [ontem] foi uma demonstração da comunidade internacional de que ela confia em nós", afirmou em entrevista coletiva a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

Na avaliação dela, os recursos são suficientes para amortecer turbulências e praticamente dobram a capacidade de empréstimo do Fundo.

O Brasil, assim como a Índia, não declarou um valor de aporte, embora o ministro Guido Mantega (Fazenda) tenha apoiado o mecanismo como essencial para lidar com um repique da crise.

Mantega preferiu, porém, dilatar o prazo para a declaração oficial até o início de junho, quando ocorre cúpula do G20, no México.

"A posição dos Brics foi a de apoiar o pacote de ajuda adicional ao Fundo Monetário, porém não divulgamos os valores e condicionamos esta ajuda a que eles completem as reformas de cotas para que nós, emergentes, tenhamos representação maior", declarou após reunião ministerial do G20.

Os recursos do novo fundo poderão ser sacados como empréstimos bilaterais, e a formalização do mecanismo deve ser rápida, diz o FMI. A ideia é ampliar o poder de fogo da instituição.

O valor total superou as expectativas mais baixas, de US$ 400 bilhões, mas não chegou aos US$ 500 bilhões inicialmente almejados. Nas últimas semanas, o FMI já vinha dizendo que a melhora do cenário -sobretudo na Europa- permitiria revisar o montante para baixo.

Lagarde ressaltou, porém, que com o compromisso dos países que não firmaram valores ainda há mais por vir. "Sabemos que as quantias finais ficarão ao norte de US$ 430 bilhões, mas o valor de cada um será anunciado no momento apropriado."

A União Europeia, cuja longa crise da dívida pode levá-la a sacar primeiro do novo mecanismo, entrou com quase US$ 200 bilhões.

JAPÃO

O Japão contribuiu com US$ 60 bilhões e US$ 61 bilhões virão de países europeus fora da moeda comum. Coreia do Sul, Arábia Saudita, Austrália e Cingapura também anunciaram com quanto vão contribuir.

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