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Premiê holandês renuncia após perder apoio a cortes

Mark Rutte não conseguiu aprovar pacote de austeridade no Parlamento

Nova eleição ainda não foi marcada; Holanda tem nota máxima das agências de risco, mas corre risco de perdê-la

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê da Holanda, Mark Rutte, entregou o cargo ontem, engrossando a lista de líderes europeus derrubados pela crise econômica.

Rutte renunciou após fracassar na negociação de um pacote para diminuir o deficit público e deixá-lo nos limites da União Europeia.

Ele deve discutir hoje com o Parlamento novas propostas de cortes e uma data para eleições -oposicionistas querem que sejam em junho.

A Holanda é, ao lado da Alemanha, um dos raros europeus cujos títulos mantiveram a classificação AAA (nota máxima, dada aos investimentos mais seguros) nas principais agências de risco.

Embora tenham apoiado as regras fiscais mais rígidas da UE e repreendido a Grécia por não cumprir suas metas, os holandeses estão em recessão, e seu deficit neste ano deve ser de 4,6% do PIB -relativamente baixo comparado ao de alguns vizinhos, mas acima da meta europeia (3%).

A negociação do pacote antideficit naufragou no sábado, quando o Partido da Liberdade, do "eurocético" Geert Wilders, retirou seu apoio às medidas de austeridade.

Considerado um populista de direita, com forte discurso anti-islâmico, Wilders era o maior aliado de Rutte na coalizão de centro-direita que governa o país. Ele contestou um dos pontos do pacote, que previa aumentar em um ano a idade mínima para aposentadoria (de 65 para 66).

"Nós não temos de sofrer para beneficiar os ditadores de Bruxelas", declarou o direitista, referindo-se à cidade-sede da União Europeia.

A ex-ministra Neelie Kroes -integrante do VVD, partido do premiê, e um dos vice-presidentes da Comissão Europeia- rebateu chamando Wilders de "hipócrita" e lembrando que a Holanda foi um dos países que mais pressionaram para que a UE fixasse o limite de 3% para o deficit.

O ministro das Finanças, Jan Kees de Jager, procurou demonstrar otimismo e disse que levará à UE uma proposta de cortes, negociada com a oposição, no fim deste mês.

"Vamos mostrar aos mercados que a disciplina fiscal da Holanda será mantida", disse. Na semana passada, a agência Fitch advertiu que o país precisa reduzir o deficit para manter seu "triplo A".

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