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Sarkozy defende redução de estrangeiros na França

Presidente, candidato à reeleição, mira eleitorado de Le Pen, de extrema direita

Já Hollande, candidato socialista, propõe que imigrantes que vivem há cinco anos no país tenham direito de votar

Ian Langsdon/Efe
Marine Le Pen em discurso no domingo; ela não definiu se vai apoiar alguém no 2º turno
Marine Le Pen em discurso no domingo; ela não definiu se vai apoiar alguém no 2º turno

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O debate sobre a imigração colocou ontem em campos opostos os dois rivais na disputa à Presidência da França, o atual presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande, em distintos eventos de campanha ontem.

Enquanto Sarkozy, candidato à reeleição, afirmou que a França não pode "continuar recebendo tantos estrangeiros" e disse querer reduzir o números dos que chegam para a metade, Hollande propôs o direito a voto a qualquer estrangeiro que more legalmente no país há cinco anos.

Hoje, apenas estrangeiros de países da União Europeia têm direito de votar nas eleições municipais francesas.

De maneiras distintas, ambos buscam cortejar os cerca de 6,4 milhões de eleitores de extrema direita, que votaram em Marine Le Pen (Frente Nacional) no primeiro turno e podem definir o segundo turno, em 6 de maio.

Hollande afirmou que ouve a "ansiedade" e a "raiva" do eleitorado provocada pelo alto desemprego e pelas perspectivas econômicas ruins para a Europa -duas das maiores preocupações dos franceses.

"O homem que vocês gostariam de ter como o candidato do 'trabalho real' tem sido, na verdade, o candidato do 'desemprego real' por cinco anos", afirmou Hollande em comício no norte da França, região que sofreu com a desindustrialização -e onde a votação de Le Pen superou a de Sarkozy.

O desemprego na França atingiu o nível mais alto em 12 anos, chegando a 9,4% no quarto trimestre de 2011.

O socialista disse também que pretende "reorientar" a política europeia, criticando os resultados do direcionamento dado à região por Sarkozy e pela chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel.

"Merkel dirigiu a Europa com Sarkozy e já vemos os resultados", disse, acrescentando que pretende renegociar o novo pacto europeu sobre disciplina orçamentária.

Sarkozy apelou ao mesmo eleitorado explorando sua preocupação de que a identidade nacional francesa pode estar sob ameaça e voltou a defender o aumento de controles fronteiriços.

"Essas não são ideias da direita, muito menos da extrema direita. São ideias baseadas no bom senso", disse em comício ao sul de Paris.

O presidente relacionou o deficit público francês à presença de imigrantes que, segundo ele, vêm para a França apenas para receber benefícios. "Alguns ganham mais não trabalhando do que outros ganham trabalhando."

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