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Prostituta agredida teria proposto acordo a americanos

Garota afirma ter pedido US$ 150 mil para não denunciar espancamento por fuzileiro; embaixada nega versão

Andre Borges / FolhaPress
Romilda Aparecida Ferreira exibe ferimento durante entrevista à Folha, ontem, em Brasília
Romilda Aparecida Ferreira exibe ferimento durante entrevista à Folha, ontem, em Brasília

JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

A defesa da garota de programa que acusa funcionários da Embaixada dos Estados Unidos de agressão diz ter tentado um acordo de R$ 150 mil para que o caso não se tornasse público.

Quatro funcionários da embaixada -entre eles fuzileiros navais- foram afastados de suas funções após se envolverem com prostitutas em uma boate de Brasília e serem acusados de agressão. O caso ocorreu em dezembro.

Romilda Aparecida Ferreira alega que foi agredida pelos funcionários e atropelada pelo carro em que estavam. A polícia indiciou duas pessoas, uma por lesão corporal e outra por omissão de socorro. Agora, o caso está no Ministério Público.

Segundo a defesa de Romilda, os R$ 150 mil cobririam despesas hospitalares, além de danos morais e estéticos. O advogado Antônio Rodrigo Machado disse que o acordo incluiria o sigilo das informações. "Nosso objetivo era cuidar das necessidades dela e não criar uma exposição desnecessária. Queríamos um acordo e aceitaríamos o sigilo", acrescentou.

A embaixada nega que tenha recebido a oferta.

De acordo com a assessoria de imprensa da embaixada, Romilda foi acompanhada por uma enfermeira durante os 12 dias em que esteve no hospital, além de ter sido reembolsada por despesas que teve com lanches e com um exame de raio x.

"Depois que eu arrumei advogados eles pararam de me procurar, mas eu tive muitas despesas nesse período. Precisei fazer uma cirurgia para recolocar o osso da clavícula no lugar, que custou R$ 18 mil, paguei meus medicamentos. Tenho despesas de pelo menos R$ 50 mil", afirmou Romilda.

NOITE

Segundo ela, tanto as garotas de programa quanto os americanos tinham bebido muito naquela noite.

Romilda relata que a violência começou quando todos estavam fora da boate. Eles haviam combinado, segundo diz, "uma orgia" na casa dos americanos, no Lago Sul. Pelo programa, cada garota receberia R$ 500.

Como eram quatro homens e quatro mulheres, eles decidiram chamar o motorista da embaixada, em uma van, e também pediram um táxi.

A confusão teria começado quando Romilda tentou conversar com o motorista da van, que é brasileiro, e perguntar se ele falava inglês, para fazer algumas traduções. Segundo ela, o motorista foi grosseiro e, por isso, começou uma discussão.

O motorista então parou e chamou um dos americanos que estava no táxi para tirá-la de lá. Romilda alega que foi agarrada pela cintura, jogada na rua e arrastada por alguns metros. Na versão dela, os americanos partiram sem prestar socorro.

A embaixada americana diz que, pelo raio x, não é possível sustentar a versão de que ela foi atropelada.

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