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Justiça argentina afasta juiz de processo contra vice

DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina afastou ontem o juiz Daniel Rafecas da investigação da acusação de tráfico de influências por parte do vice-presidente, Amado Boudou.

Rafecas, que havia mandado realizar uma busca num dos apartamentos do vice, foi retirado da causa depois que a Justiça aceitou o pedido de impedimento feito pelo advogado de José María Núñez Carmona, sócio de Boudou, também investigado.

Carmona se baseou em acusação feita por Boudou de que Rafecas havia conversado sobre o processo por meio do aplicativo telefônico "Whatsapp" com um advogado envolvido no caso. O vice ainda acusou Rafecas de chamar indevidamente a mídia para cobrir a busca em sua propriedade.

O próprio Rafecas admitiu, após a denúncia do vice, que "podia ter se excedido em alguma palavra", e que a conversa com o advogado havia sido "informal".

As acusações contra Boudou começaram em fevereiro, quando veio à tona a denúncia de que ele teria favorecido um amigo, Alejandro Vanderbroele, dono de uma gráfica, a Ciccone Calcográfica.

A empresa estava em má situação financeira e, depois, com a ajuda de Boudou, se recuperou e firmou contratos com o governo, entre eles o que estabelecia a impressão de notas de 100 pesos.

A oposição ao governo manifestou-se ontem, após o afastamento de Rafecas. O deputado Ricardo Alfonsín (UCR) disse que "essas coisas nos preocupam muito".

"Tem havido muitas interferências diretas e indiretas no poder Judiciário. Isso levanta muitas dúvidas sobre a imparcialidade com a qual se está atuando", afirmou Alfonsín.

(SC)

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