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Espanha e EUA desanimam economia global

Desemprego entre espanhóis vai a 24,44%, maior taxa em 18 anos; PIB americano avança menos que o esperado

Dados divulgados em Madri fecham semana negra; crise derruba governo romeno, e juro de título italiano sobe

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI
VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

A Espanha com a maior taxa de desemprego em 18 anos, os EUA crescendo menos do que a expectativa do mercado, a Itália pagando juros mais altos para financiar sua dívida e a queda do gabinete na Romênia -10º governo europeu vítima da crise.

Foi esse o saldo de ontem, dia em que o noticiário apontou para a dificuldade de se superar a turbulência e retomar o crescimento.

É o que se depreende dos números divulgados em Madri. O mês de março fechou com 5,6 milhões de pessoas sem trabalho, o equivalente a uma taxa de 24,44%, maior índice desde 1994.

A notícia encerrou uma semana negra para o país, cujo Banco Central havia revelado que, com a retração de 0,4% do PIB no primeiro trimestre de 2012, a economia espanhola entrara tecnicamente em recessão -dois trimestres consecutivos de queda na produção.

Ontem, porém, o Ministério de Economia contestou a previsão e afirmou que a retração será menor.

A reversão do quadro é fundamental para que o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, adepto da política de austeridade como caminho para a recuperação da economia espanhola, consiga rebater os seus críticos.

Entre eles, destaca-se a população mais jovem, segmento em que o desemprego atinge a marca de 52%.

Mas é pouco provável que a reversão venha no curto prazo, ainda mais depois que a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da Espanha por causa da situação frágil dos bancos.

Nos EUA, o cenário é um pouco mais positivo, mas está aquém do que os analistas esperavam.

A maior economia do mundo perdeu força no início do ano e cresceu 2,2%, em termos anualizados, de janeiro a março, segundo estimativa do Departamento de Comércio. No quarto trimestre do ano passado, o PIB cresceu a um ritmo de 3%.

"Já houve provas substanciais de que a dinâmica econômica diminuiu desde o início do ano", anotou o banco HSBC em relatório.

DÍVIDA

Da Itália, veio outro dado ruim. O governo foi forçado pelo mercado a elevar os juros dos títulos de 10 anos para 5,84%, enquanto em março conseguia financiar sua dívida com taxa de 5,24%.

Como a economia não cresce, a trajetória da dívida pode se mostrar insustentável e trazer problemas para o primeiro-ministro Mario Monti, que também tem apostado na austeridade.

Foi essa aposta que levou o primeiro-ministro da Romênia, Mihai Razvan Ungureanu, à lona. Ele não teve forças para impedir uma moção de censura e será substituído pelo socialista Victor Ponta.

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