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Obama faz visita-surpresa ao Afeganistão

Viagem coincide com aniversário da morte de Osama bin Laden e com o acirramento da campanha eleitoral nos EUA

Presidente americano assina ainda uma parceria estratégica com o governo do afegão Hamid Karzai

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Acusado pela oposição de usar eleitoralmente a ordem que deu para matar o terrorista Osama bin Laden, o presidente Barack Obama amplificou sua campanha e viajou ontem de surpresa para o Afeganistão no primeiro aniversário do assassinato que catapultou sua popularidade.

A ocasião foi coroada com um discurso televisionado em rede nacional nos EUA e a assinatura de uma parceria estratégica com o governo de Hamid Karzai em Cabul, mais simbólica do que prática depois de 11 anos de guerra.

"Um ano após a operação que matou Osama bin Laden, a meta que eu fixei, derrotar a Al Qaeda e lhe tirar a chance de se reconstruir, agora é tangível", disse o presidente, acrescentando que "os afegãos serão agora responsáveis pela própria segurança".

No acordo, que deve vigorar por dez anos, os EUA prometem não deixar nenhuma base militar no país, mas ajudar os afegãos se necessário.

Essa é a primeira viagem de Obama ao Afeganistão desde o assassinato de Bin Laden por militares americanos no Paquistão.

O país abrigava a rede Al Qaeda nos anos anteriores ao 11 de Setembro.

A nova parceria, que levou mais de um ano para ser negociada, entrará em vigor após o término da campanha militar dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) no país, no fim de 2014.

A situação em campo, porém, permanece delicada sobretudo na porosa fronteira com o Paquistão, o que atrai críticas de analistas militares e opositores políticos.

Mas Obama usou o discurso para ressaltar seus feitos.

Com a definição, na prática, do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney como candidato do Partido Republicano à Casa Branca, o presidente já entrou em modo de operação de campanha.

Em tom otimista, buscou passar a mensagem de que os maiores problemas do país -as guerras no Iraque e no Afeganistão e a crise econômica- estão superados e suas promessas, cumpridas.

A viagem-surpresa é parte de uma semana em que ele apresentou seu slogan para a reeleição ("Forward", para a frente) e lançou seu primeiro comercial eleitoral abertamente crítico ao rival.

No anúncio de 30 segundos, que será exibido em três Estados decisivos na eleição de novembro (Virgínia, Iowa e Ohio), Obama lista o que fez para criar empregos e rebate acusações de que ele teria exportado postos de trabalho.

Questiona ainda o histórico do republicano na gestão de empregos e o ataca em seu flanco mais vulnerável -o de milionário- ao lembrar o eleitorado da conta bancária que Romney tinha na Suíça.

Em meio à troca de farpas, porém, o republicano elogiou o rival pela decisão de ordenar a morte de Bin Laden.

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