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EUA criam menos emprego que o esperado

Taxa de desemprego é a menor em mais de dois anos, porém se deve à desistência dos trabalhadores de procurar vagas

Romney voltou a criticar o desempenho da economia, que deve ser o tema principal da campanha presidencial

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

A taxa de desemprego nos EUA caiu para 8,1% em abril, menor índice desde janeiro de 2009. A queda, entretanto, foi interpretada negativamente -ela ocorreu apenas porque há menos gente procurando emprego no país.

O dado coloca mais pressão sobre o presidente Barack Obama, que busca a reeleição em novembro.

O mercado de trabalho perdeu 342 mil pessoas no mês passado. Em períodos longos de crescimento baixo, é comum que trabalhadores desempregados desistam de buscar empregos e parem de ser contados nas estatísticas.

A criação de vagas também decepcionou. O país gerou 115 mil postos em abril, o pior número desde outubro.

Os dados de emprego afetaram as Bolsas. O Dow Jones recuou 1,27%, e a Nasdaq, 2,25%. O S&P 500 (que reúne ações das 500 maiores empresas) caiu 2,3% na semana, pior queda do ano.

O mercado de trabalho vinha se recuperando desde o final de 2011, mas a melhora perdeu força. De dezembro a fevereiro, os EUA geraram em média 225 mil postos ao mês. Em março e abril, a média caiu para 135 mil.

"Ganhos de emprego acima de 200 mil por mês eram incompatíveis com o ritmo modesto de recuperação da produção. O PIB cresceu só 2,2% no primeiro trimestre", afirma Nigel Gault, da consultoria IHS Global Insight.

O emprego aumentou nos setores de serviços, saúde e varejo e se desacelerou na indústria, embora alguns segmentos, como o automotivo, estejam em boa fase.

Em áreas, onde a demanda tem melhorado, há contratação. "A Chrysler acaba de anunciar que vai abandonar sua habitual parada de verão e manter todas as suas fábricas funcionando. Até que mais empresas tenham o mesmo tipo de demanda, não vamos ver uma explosão na contratação", afirma relatório da consultoria Challenger, Gray & Christmas.

"Não há indícios de que a economia esteja rumando para uma recessão, mas tampouco há indicações de que estamos prestes a superar o padrão modesto de crescimento", interpreta relatório do banco BNP Paribas.

Para a instituição, o comportamento do mercado de trabalho deve estimular o banco central (Fed) a manter a taxa básica de juros em patamares próximos a zero, conforme a autoridade monetária já sinalizou que fará.

O republicano Mitt Romney, rival de Obama, voltou a criticar ontem o desempenho da economia.

"Deveríamos estar criando 500 mil empregos por mês. O resultado atual está muito, muito longe do que deve acontecer em uma recuperação normal", disse Romney.

De acordo com pesquisas de opinião, a economia é o tema mais importante para os eleitores americanos.

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