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Bolívia insinua que poderá não pagar a empresa espanhola

Vice-presidente diz que compensação por expropriação de elétrica pode ser "diminuta" ou não ser necessária

Governo cita números de auditoria da própria companhia, publicada no "El País", que diz que TDE vale US$ 7,7 mi

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, disse ontem que o governo dará "uma pequena ou diminuta" compensação à Red Eléctrica de España (REE), matriz da empresa de transmissão elétrica TDE, expropriada na semana passada.

"Talvez a avaliação nos diga que não há que pagar nada", disse García Linera, momentos antes de que o presidente da Red Eléctrica de España, José Folgado, tivesse reunião com autoridades bolivianas em La Paz.

O encontro entre Folgado e o ministro de Energia da Bolívia, Juan José Sosa, terminou sem anúncios e com palavras amáveis dos dois lados -de resto, em sintonia com o tom adotado pelos governos de Bolívia e Espanha para tratar o caso, em contraste com o episódio YPF-Repsol na Argentina.

DADOS OFICIAIS

García Linera repetiu que uma empresa independente fará a avaliação da indenização à REE, com os "descontos correspondentes".

Citou um estudo da empresa auditora PricewaterhouseCoopers (PwC) que afirma que a TDE, comprada por US$ 88,8 milhões em 2002, valia apenas € 5,88 milhões (US$ 7,73 milhões) em 2011, após sofrer contínua deterioração dos seus ativos na Bolívia. "[É] um dado interessante", disse Linera.

O estudo da PwC está endossado pelo próprio braço internacional da matriz espanhola (REI), de acordo com reportagem do "El País". O número faz parte do balanço entregue pela empresa ao Registro Mercantil espanhol.

A Red Elétrica de España já disse que a expropriação da filial boliviana, que representa só 1,5% dos seus negócios, terá pouco impacto.

A empresa nega, porém, ter deliberadamente diminuído o investimento no país de Evo Morales: queda de 63% de 2009 para 2010 -os últimos dados disponíveis.

A TDE diz que La Paz decidiu entregar os projetos de expansão em infraestrutura à estatal Ende.

De acordo com o "El País", a TDE diminuiu seus investimentos ao mesmo tempo em que aumentou o envio de lucros à matriz (de € 2 milhões em 2005 para € 9 milhões em 2010), além de pedir empréstimos à filial.

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