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Impasse político na Grécia derruba Bolsas no mundo

Incerteza aumenta após líder de partido esquerdista rejeitar governo pró-austeridade

Prevendo o fracasso da rodada de negociações, autoridades gregas já consideram a chance de nova eleição em junho

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O impasse na formação de um novo governo na Grécia, aliado à ameaça de abandono das reformas estruturais pelo país, levou ontem a quedas nas Bolsas pelo mundo.

Em Nova York, o Dow Jones atingiu seu nível mais baixo desde o último dia 23, fechando em queda de 0,59%, enquanto o DAX (Alemanha) registrou queda de 1,90%. Na Grécia, a Bolsa caiu 3,6%, chegando ao pior nível em quase 20 anos. A Bovespa, também influenciada pelo pessimismo, caiu 1,4%.

A incerteza aumentou depois que Alexis Tsipras, líder do partido esquerdista Syriza -a segunda força no Parlamento após as eleições de domingo-, rejeitou a possibilidade de formação de um governo de coalizão, a menos que seus potenciais parceiros reneguem os termos do pacote de austeridade acordado pela Grécia em troca de resgate financeiro.

Autoridades gregas já contam com o fracasso nas negociações e a chance de novas eleições em junho.

"Caminhamos para uma segunda votação no mês que vem em uma atmosfera altamente polarizada", disse fonte governista citada pelo "New York Times".

Em reunião com o presidente Karolos Papoulias, Tsipras criticou os líderes dos principais partidos gregos -Antonis Samaras (Nova Democracia; conservador), e Evangelos Venizelos (Pasok; socialista)-, cuja coalizão pró-austeridade perdeu maioria nas eleições.

"Se Samaras e Venizelos genuinamente renegarem suas decisões desastrosas, que escrevam para os líderes da União Europeia e do FMI amanhã [hoje], revogando suas assinaturas", disse. "O veredito popular claramente tornou o acordo de resgate nulo."

No domingo, nenhum partido obteve votos suficientes para formar governo sozinho.

O Syriza (Coalizão da Esquerda Radical) obteve a prerrogativa de tentar um governo de coalizão depois do fracasso do mais votado, a Nova Democracia. Tem para isso prazo de três dias.

As complicadas negociações políticas se dão num cenário de deterioração econômica e num contexto em que o premiê Lucas Papademos deixa o poder na próxima semana, dando lugar a uma administração interina.

Ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, Papademos fez um apelo por estabilidade "para que os sacrifícios dos gregos não vão por água abaixo depois de já termos percorrido uma grande parte do caminho em direção à reconstrução da economia".

O país tem 77 itens de reforma estrutural que precisam ser finalizados em junho -tudo deve ficar parado até o novo governo assumir.

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