Promotoria inicia ação contra ex-braço direito de Murdoch

A jornalista Rebekah Brooks, 43, ex-braço direito do magnata da mídia Rupert Murdoch e amiga do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, irá responder a processo da Promotoria por obstrução da Justiça.

Ela é acusada de ter escondido e tentado esconder materiais -como caixas de arquivos de registros e computadores- enquanto a polícia investigava grampos telefônicos ilegais feitos pelo tabloide "News of the World" ("NoW").

O marido de Brooks, que é treinador de cavalos de corrida, também foi indiciado ontem, além de outras quatro pessoas: a ex-assistente e o ex-motorista da jornalista, seu antigo chefe e um ex-auxiliar de segurança do News International -grupo de jornais britânicos de Murdoch, do qual Brooks foi CEO entre 2009 e 2011.

Eles deverão comparecer a um tribunal londrino no próximo dia 13. O indiciamento de Brooks é mais um desdobramento do caso "NoW". O tabloide fechou as portas em 2011, na sequência do escândalo que revelou que o jornal promovia escutas ilegais de ligações de celebridades e parentes de vítimas de crimes para suas reportagens.

Na semana passada, ouvida em inquérito sobre ética na mídia, Brooks afirmou haver conversado com Cameron a respeito da operação em que Murdoch tentava adquirir o controle da BSkyB, a maior operadora de TV a cabo britânica.

A jornalista disse ter recebido do premiê torpedos de apoio quando foi interrogada pela polícia, em abril, sobre os grampos ilegais do "NoW".

O marido de Brooks, que é amigo de infância de Cameron, afirmou que a mulher está sofrendo os efeitos de uma "caça às bruxas" e disse que eles não acreditam na chance de um julgamento justo.

A pena máxima por obstrução da Justiça britânica chega à prisão perpétua. Contudo sentenças para esse tipo de crime normalmente variam de alguns meses a quatro anos de prisão.