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Após 2 anos, Bogotá volta a sofrer atentado

Dois agentes de segurança de ex-ministro do Interior, alvo do ataque, são mortos; polícia colombiana culpa as Farc

Ação, a mais grave desde 2010, coincide com entrada em vigor do TLC com os EUA, ao qual a guerrilha se opõe

Fredy Builes/Reuters
Feridos pelo atentado com explosivos que matou 2 num movimentado ponto de Bogotá
Feridos pelo atentado com explosivos que matou 2 num movimentado ponto de Bogotá

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um atentado com explosivos em Bogotá matou ontem ao menos dois agentes de segurança do ex-ministro do Interior Fernando Londoño (2002-2004) e feriu pelo menos 24 pessoas em um movimentado cruzamento da capital da Colômbia.

Londoño, alvo da ação, sofreu trauma no tórax e na cabeça, mas está estável.

Nenhum grupo assumiu o ataque. A Polícia Metropolitana de Bogotá o atribuiu às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que estão enfraquecidas após a morte de vários líderes.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, não apontou a guerrilha: "Não sabemos quem está por trás do atentado". Ofereceu o equivalente a R$ 560 mil em recompensa por informações.

O ataque coincidiu com a entrada em vigor, ontem, do TLC (Tratado de Livre-Comércio) entre EUA e Colômbia, quando se previam protestos em Bogotá. As Farc sempre se disseram contra o TLC.

Atentado mais grave na capital desde 2010, a ação também tumultuou o debate político: ocorreu no mesmo dia em que a Câmara de Representantes (equivalente a deputados) colombiana debateria a chamada lei do "Marco para a Paz".

Trata-se de uma proposta do governo que daria ao presidente instrumentos de "justiça transicional", como redução de pena e anistias, a serem usados num eventual processo de paz com as Farc.

Partidos conservadores ligados ao ex-presidente Álvaro Uribe, hoje um desafeto de Santos, são contra a lei, que consideram "uma anistia de presente" para as Farc.

O ex-ministro Londoño, que fez parte do gabinete de Uribe, é um ferrenho crítico do novo marco em seu programa de rádio.

Deputados conservadores usaram o atentado para se declarar "impedidos por consciência", mas o texto acabou passando. Faltam duas discussões em plenário da lei.

Não há ainda uma versão definitiva para o atentado. Uma das citadas é a de que dois homens em uma moto lançaram o explosivo na camionete do ex-ministro, destruindo os veículos à volta.

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